Neste canto da Europa, os ditadores semearam bunkers, fuzilamentos e pobreza mas não conseguiram apagar a tolerância para com o outro e a vontade de encontrar uma vida melhor.
Olho Azul da Albânia
Para quem – desgostoso embora, com o descaminho que burocratas e líderes sem visão trouxeram – passou a sua vida dedicado à construção europeia, mergulhar no debate com líderes de opinião albaneses é quase tão vivificante como mergulhar no Olho Azul.
Os albaneses são ortodoxos, católicos, sunitas ou bektashis (aparentados aos Alevi, ao sufismo e aos dervixes iranianos, são tolerantes em matéria de vinho e outras) ou outra coisa qualquer, vivem separados por fronteiras e espalhados pelo mundo mas são sobretudo seres humanos. Estão por isso nos antípodas do movimento identitário nascido no cadinho politicamente correcto anglo-saxónico e transformado em bandeira da extrema-direita.
E talvez por isso a Europa precisa de buscar na Albânia o humanismo e capacidade de sonhar que perdeu.