Soneto de Carlos Eduardo da Cruz Luna
Olivença, salva tudo o que é teu
Morre memória quando morr’ alguém
que só na memória tenha’ o passado;
o que sabia não sabe mais ninguém,
salv’ o pouco só por alguém ‘scutado!
Memória viva, esse tão frágil bem,
que na ”stória não foi nunca gravado,
nem ´scrito seja lá onde for, se tem
registo dum tempo bem pouc’ afastado…
Olivença que ´squeces o que se passou,
recolh’ em cada filho teu o saber
que no peito cada um em si guardou.
Sem demora, qu’ o tempo pass’ a correr,
ouve de quem sabe tud’ o que restou,
antes que morram mais partes do teu ser…