(1922 – 2015)
Cidadã antifascista, com a profissão de enfermeira-parteira, participou activamente na Oposição ao regime, militando no Partido Comunista Português desde jovem. Era casada com o poeta antifascista Papiniano Carlos[1].
Olívia de Oliveira Valente de Vasconcelos Rodrigues nasceu a 7 de Agosto de 1922 em Loureiro, Oliveira de Azeméis. Em 1942 casou com o escritor Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues (1918-2012). Viveram no Porto, na Rua de São Victor, 154. Depois em Oliveira de Azeméis, novamente Porto (1952) e, finalmente, por 1959, foram viver para a Maia.
Foi sócia nº 313 da Delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz. .
O casal iniciou a militância comunista durante a década de 40, por intermédio de Pedro Soares (1915-1975), tendo a sua residência em Oliveira de Azeméis servido de apoio aos funcionários clandestinos do Partido Comunista.
Mulher de vanguarda na luta antifascista, já no 5 de Outubro de 1956, por ocasião das Comemorações da Revolução Republicana, em Aveiro, o seu nome constou nas intervenções da sessão pública no Cine-Teatro Avenida, a par dos de Almirante Tito de Morais, Alcides Strech Monteiro, Alfredo Coelho de Magalhães, Álvaro Seiça Neves, Armando Bacelar, Augusto Arala Chaves, Cibele da Silva Carvalho, Heliodoro Caldeira, João Sarabando, José Rodrigues, Júlio Calisto, Manuel da Costa e Melo, Manuel das Neves, Virgílio Pereira da Silva[2].
Olívia Vasconcelos marcou presença, com Arnaldo Mesquita, Óscar Lopes, Virgínia Moura e Papiniano Carlos, na libertação dos presos políticos no Porto a 26 de Abril de 1974.
Depois do 25 de Abril, integrou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Maia, e a partir daí envolveu-se activamente na construção da Democracia, mantendo até ao fim grande militância política.
Faleceu na Maia aos 92 anos, no dia 5 de Agosto de 2015.
Olívia Vasconcelos com o marido, Papiniano Carlos, na sua casa da Maia (Foto de Biblioteca Municipal Vila do Conde – José Régio)
Os dias da Revolução – à porta da PIDE, no Porto. Vêem-se: Virgínia Moura, Óscar Lopes, Papiniano Carlos, Olívia Vasconcelos.
Em cima à esquerda são Olívia e Papiniano; ao lado, Fernando Gaspar e Mira Gaspar; Manuel (Irmão de Olívia e a esposa Maria Augusta); a seguir uma familiar do Arquitecto Aristeu Ravásio (de São Martinho da Gândara), a esposa, Zina,e uma amiga ou familiar da Zina. Em baixo, a escritora Maria Almira Medina, amiga do casal (Papiniano e Olívia), Tóju, filho de Maria Almira e a filha, Salomé. Em baixo, o poeta Luís Veiga Leitão e o actor e poeta Vasco de Lima Couto. Fotografia legendada por Salomé Vasconcelos, filha de Olívia e Papiniano Carlos.
[1] O seu nome ficou ligado à luta pela Liberdade. Fez parte do grupo dos poetas neorrealistas portuenses que, pela sua combatividade, foram conhecidos como a “Geração de 50″. Fervoroso combatente antifascista, foi preso três vezes pela PIDE, colaborou nas revistas “Seara Nova” e “Vértice” e integrou os corpos dirigentes do Círculo de Cultura Teatral do Teatro Experimental do Porto.
[2] Fernando Madaíl, Fernando Valle – Um aristocrata da esquerda, Âncora Editora, 2004.
Biografia da autoria de João Esteves e Helena Pato, com alguns dados biográficos facultados pela filha, Salomé Vasconcelos.
- Foto de grupo em comentários, legendada pela filha (Salomé Vasconcelos).