O Marabaixo é originário do Marrocos, onde o mar era o lugar mais próximo das terras natais dos africanos escravizados. Assim, como forma de expressar seus lamentos diário criaram o “mar-a-baixo”. O gênero chegou ao Brasil no século XVIII, na transferência da colônia portuguesa de Mazagan (atual El Jadida), no Marrocos, para a fundação da comunidade Nova Mazagão, no Amapá.O disco “Os Mocambos apresentam: Marabaixo – O folclore amapaense” é um dos registros mais raros da música do Norte do Brasil. O disco foi gravado em 1973, em Macapá, capital do Amapá, e lançado pelo lendário selo Rozemblit, de Recife, no mesmo ano. A história do disco é uma peça de resistência cultural, contada por Hernani Vitor Guedes, violonista e criador do grupo.
Em 2006, Hernani Victor Guedes publicou artigo no livro Rumos Brasil da Música, lançado pelo instituto Itaú Cultural. No artigo, “O Primeiro LP Independente do Amapá”, ele conta que o disco foi gravado em uma noite, no mês de maio de 1973. Em um estúdio improvisado na sala de uma casa, em Macapá, o grupo gravou as 12 músicas em apenas quatro horas.
Depois de oito meses da gravação, a fita chegou à gravadora Rozemblit, que lançou o disco no mesmo ano. O disco trazia o lado “A” com temas populares do marabaixo e, no outro lado, composições do grupo, com acento da MPB da época. Nesse meio tempo, a fita master foi roubada em Recife, depois localizada por um detetive contratado para tal. Um dos temas do disco – Aonde tu vaiz rapaz – foi regravado por Luiz Gonzaga, em 1975.
Natural de Cametá, no Pará, terra de Mestre Cupijó, Hernani havia feito contato com o marabaixo em viagens que fizera ao Amapá, nos anos 40. “Em Macapá quem dançava marabaixo ou batuque não era convidado para os bailes sociais”, lembrou ele em seu artigo sobre o disco. Já vivendo em Macapá, ele fez sucesso com Os Mocambos nos anos sessenta, tocando em bailes.
Segundo o Wikipedia, o marabaixo é uma manifestação folclórica amazônica, que inclui ritmo musical (ladrão) e também uma dança de roda de origem africana. O nome também se aplica ao tambor utilizado nesse estilo musical, chamado de “caixa de marabaixo” Atualmente, é a maior tradição cultural da região, realizada durante os festejos em louvor aos santos padroeiros das comunidades afro-descendentes do Amapá, sendo um dos símbolos da cultura amapaense.
De acordo como Danniela Ramos, do Grupo Marabaixo do Laguinho, “o termo ‘ladrão’ é utilizado para as músicas (cantigas) de marabaixo pelo fato dos seus compositores, antigamente a maioria analfabetos, mas que tinham o raciocínio incrível, e tudo o que eles visualizavam virava música”. “Todo o cotidiano da comunidade em que viviam virava música, daí o termo ladrão de marabaixo”.
Segundo o jornal, O Diário do Amapá, o marabaixo está presente principalmente nos bairros do Laguinho e Santa Rita, na zona urbana de Macapá; mas também em outras comunidades negras do Amapá, como Mazagão Velho, Campina Grande, Lagoa dos Índios, Coração, Curiaú, Maruanum, entre outras. O Marabaixo é a maior e mais autêntica expressão cultural do povo amapaense.
O Marabaixo é originário do Marrocos, onde o mar era o lugar mais próximo das terras natais dos africanos escravizados. Assim, como forma de expressar seus lamentos diário criaram o “mar-a-baixo”. O gênero chegou ao Brasil no século XVIII, na transferência da colônia portuguesa de Mazagan (atual El Jadida), no Marrocos, para a fundação da comunidade Nova Mazagão, no Amapá.
Por Fernando Rosa, Jornalista, produtor cultural, editor do portal Senhor F e colaborador do site Rádio Peão Brasil | Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado
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