Pablo “iglesias” Estalin não viu arrancados os seus testículos, à mão, pela mulher, como aconteceu ao pobre Popa, depois de se recusar a lavar a loiça e de estar visivelmente impedido de apoiar a manif contra o encerramento do Jamaica, Tóquio e o Europa.
Tudo se passa no mesmo planeta que os cientistas suspeitam ter vida inteligente nos golfinhos. Pablo Estaline, ao ver os seus camaradas aborrecidos com a sua birra, em vez de ir comprar sapatos para descontrair ou demolhar o cabelo em sais de fruto fez uma listinha de traidores. Em Madrid dez traidores de Iglesias demitiram-se e, logo a seguir, o líder do Podemos assinou a carta de despedimento do número três da organização, o Sergio Pascual (o que é bem visto, porque o Pascual não chega à Páscoa). Falta agora esperar que o verdadeiro inimigo, Íñigo Errejón Trotsky, fuja para o México, a ver se um pisa papéis lhe entra na moleirinha.
A demonstração de pluralidade, saúde e democracia interna no movimento espanhol é de fazer suspirar pela frase do bigodes original: “A morte resolve todos os problemas: não há homem, não há problema”.
Deve ter sido isto que pensou Marinela Benea, uma senhora de 40 anos, romena, que se passou (e bem) no Dia da Mulher. Naquele dia, no vale de Vaslui, andava Popa sossegadito e sem memória das celebrações, quando chegou a casa. A mulher instou-o a seguir os procedimentos que a ONU designa por bons e que, acto contínuo, fosse lavar a loiça. Popa, desatento à coisa, ébrio e sem vontade de trabalhar, disse-lhe que jogava o Benfica de Iasi contra o Sporting de Bucareste, que não podia, que ela não fosse tonta.
Vai daí, Marinela, que detesta futebol e testículos, lançou-se de mão aberta e unha de gel ao escroto do conjuge, fazendo-lhe em vida a partilha dos bens. Pobre Popa ficou com o esquerdo à banda. Há, neste ponto, basto debate na imprensa internacional. Se o Correio da Manhã e o Daily Mail britânico asseguram que foi obra do artesanato, tudo feito à mão, já o Telegraph e o jornal local Estnews levantam a ponta da navalha como arma do crime.
Pouco importa, uma vez que o certo é Popa, que adora pinga e nem um par de gerberas comprou, não possa estar este sábado a beber desmedido à porta dos míticos Jamaica, Tóquio ou Europa, discotecas decadentes de Lisboa e decidiram dar cerveja à pala para angariar multidões numa manif de apoio às três casas nocturnas.
Generoso, o convite para a revolta reporta: “Entre as 24:00 e a 1.00 de sexta para sábado, está prevista uma concentração na rua à frente destes espaços, com músicos a cantar e cerveja à descrição”. Há um certo charme nos “músicos a cantar”, porque se fossem cantores talvez não pudessem pagar com cerveja. Mas com a bebida de malte à “descrição”, espera-se pelo menos um actor a descrever a cerveja. “Oh malte das terras planas / Oh açúcar das canas”, dirá decerto.
Se fosse cerveja à discrição, isso sim, embebedava a malta, criava escaramuças, um Popa qualquer atirava-se aos testiculos de um anticapitalista e ainda acabavam a preencher a militância online do partido do homem que beija na boca e apunhala pelas costas.
Bom fim-de-semana.
P.S. – Lula, pá, ainda aí estás ou queres que os militares cantem aleluias? Anda lá, homem.