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Sábado, Novembro 2, 2024

Palestina: “Dia da Raiva” mobilizou milhares contra Israel

José Carlos Ruy, em São Paulo
José Carlos Ruy, em São Paulo
Jornalista e escritor.

Protestos impediram plano israelense de anexar o Vale do Jordão, anunciado pelo primeiro ministro direitista Benjamin Netanyahu.

Na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupadas, houve protestos na quarta-feira (1º), o “Dia da Raiva”, contra o plano israelense de anexar o Vale do Jordão, anunciado pelo primeiro ministro direitista Benjamin Netanyahu. Há algumas semanas, Netanyahu havia indicado que o início da anexação seria no primeiro dia de julho.

Milhares de manifestantes de várias facções palestinas, alguns portando bandeiras nacionais e cartazes contra o presidente Donald Trump, dos EUA, juntaram-se na Faixa de Gaza ocupada para dizer não aos planos expansionistas de Israel, que implicam em perda de cerca de um terço do território ocupado da Cisjordânia. Na verdade, trata-se de roubo desse território palestino.

Um manifestante disse à imprensa que “é preciso reativar a resistência” e outros concordaram, chamando a atenção para a possibilidade de uma terceira intifada. Protestos semelhantes, marcando o “Dia de Raiva”, ocorreram em Ramallah e Jericó, na Margem Ocidental, ocupada por Israel.

A coligação que governa Israel, liderada pelo radical de direita Benjamin Netanyahu, havia anunciado a data de arranque para impor a “soberania” de Israel sobre 30% da Cisjordânia ocupada, incluindo a região fértil do Vale do Jordão.

No entanto, dada a resistência e a oposição despertadas, o esquema não saiu do papel. Por enquanto, o regime deixou à mostra que tem paus nas rodas: designadamente, há divisões no seio da coligação governantes, entre Netanyahu e os ministros da Defesa, Benny Gantz, e dos Negócios Estrangeiros, Gabi Ashkenazi.

O gabinete de Netanyahu emitiu um comunicado afirmando que a anexação continuará a ser discutida com a administração dos EUA. “Nos próximos dias haverá mais discussões”, diz a nota divulgada. Por seu lado, o ministro dos Assuntos Sociais, Ofir Akunis, disse que Israel anexará partes da Cisjordânia ainda este mês, mas só depois de ter o sinal verde do presidente dos EUA. A anexação “só acontecerá depois de uma declaração de Trump”, disse o ministro.

Existem sinais de que a atual administração dos EUA hesita na declaração desse apoio oficial que Netanyahu procura. Os EUA defrontam-se com vários problemas internos e receios de que esse passo prejudique uma hipotética reeleição de Trump em novembro.

Entretanto, alguns firmes aliados dos EUA e de Israel deixaram clara sua oposição à anexação. O parlamento alemão aprovou uma resolução em que apela ao governo de Merkel para que “expresse ao governo israelense nossas preocupações e a nossa exigência urgente de que trave a anexação de partes da Margem Ocidental e a expansão contínua dos colonatos, que viola o direito internacional”.

Por seu lado, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, alertou para as consequências de uma anexação israelense dos territórios palestinos, que será uma “violação do direito internacional” e “porá em causa os parâmetros para a resolução do conflito”.


Com base em texto da Abril, com alterações


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