Uma das curiosidades mais esperadas do dia era saber se o novo deputado André Silva, eleito pelo PAN – Pessoas – Animais – Natureza, iria votar contra ou a favor da moção de rejeição apresentada pelo PS hoje no Parlamento. André Silva votou favoravelmente e, poucas horas depois de o ter feito, o partido publicou um comunicado onde explica o porquê da decisão.
Afirmando que o sentido de voto “teve como primeiro critério as causas e valores do partido”, que não se revê nem de esquerda nem de direita, o PAN justifica ainda que o voto “prende-se exclusivamente com a análise das propostas do actual programa de Governo”. “Apesar da protecção animal ter merecido uma nova atenção no programa apresentado, o PAN identificou várias lacunas e pontos nos quais não se revê”, acrescentam, lembrando também que estão na Assembleia da República para “fazer parte da solução e não para dividir”.
André Silva adianta que ficou pouco satisfeito com as respostas do Primeiro-Ministro às questões colocadas pelo PAN durante o debate, nomeadamente, no que toca ao estatuto jurídico dos animais e à possibilidade de dedução das despesas médico-veterinárias no IRS. “A resposta foi remetida para o quadro vigente (das despesas gerais), equiparando os animais a outros artigos do quotidiano, como relógios de pulso ou peças de vestuário”, afirma.
Já as questões colocadas por André Silva a Passos Coelho sobre a inclusão das terapias não convencionais no Serviço Nacional de Saúde, a eventual privatização do sector das águas ou o impacto da Tauromaquia nas crianças ficaram sem resposta.
O deputado e porta-voz do PAN esclarece ainda que considera que o programa apresentado pela coligação PSD/CDS “acentua cada vez mais a preponderância da lógica de mercado em detrimento da qualidade de vida das pessoas, do bem-estar dos animais e da sustentabilidade da natureza”. “Ao olharmos para as pessoas apenas como recursos, estamos a fazer com elas aquilo que já fazemos com os animais e com a natureza”, acrescenta como justificação para o voto.