Em discurso no Vaticano, pontífice também alertou para os perigos do “pensamento único”.
O papa Francisco criticou nesta segunda-feira (10) a chamada “cultura do cancelamento”. Segundo o líder católico, a suposta “proteção da diversidade” acaba por anular “qualquer senso de identidade”.
Em discurso para embaixadores estrangeiros no Vaticano, o pontífice também alertou para os perigos do “pensamento único”, numa época em que as ideias neoconservadoras da extrema-direita avançam pelo mundo. “O déficit de eficácia de muitas organizações internacionais também se deve às diversas visões entre seus membros sobre os objetivos que elas deveriam buscar”, declarou.
Na visão de Francisco, “o centro de interesse se deslocou para assuntos de natureza fragmentárias – e não estritamente ligados à finalidade da organização. As agendas são cada vez mais ditadas por um pensamento que renega os fundamentos naturais da humanidade e as raízes culturais que constituem a identidade de muitos povos”.
Para o papa, trata-se de uma forma de “colonização ideológica que não deixa espaço para a liberdade de expressão”. Essa colonização moderna “assume cada vez mais a forma da ‘cultura do cancelamento’, que invade muitos âmbitos e instituições públicas”.
“Em nome da proteção da diversidade, acaba-se por anular qualquer sentido de identidade, com o risco de calar as posições que defendem uma ideia respeitosa e equilibrada”, afirmou Francisco. “Vai surgindo um pensamento único, perigoso, forçado a renegar a história ou, pior ainda, a reescrevê-la com base em categorias contemporâneas.”
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado