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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

Para Dieese, o salário mínimo deveria ser quase cinco vezes superior ao atual

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Em nota técnica, divulgada nesta quinta-feira (8), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) anuncia que o salário mínimo deveria ser de R$ 5.315,74 no mês de março para uma família média ter o básico para uma alimentação condizente e poder levar a vida com mais dignidade.

Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (7) pelo Portal CTB mostra que a fome assola o país e cresce assustadoramente, se agravando a partir de 2016 e mais fortemente ainda após 2019. “A falta de competência do atual presidente em governar e a pandemia agravaram muito essa situação e o Brasil volta ao Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas)”, alega Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).





“Como se vê facilmente”, diz Vânia, “o auxílio emergencial destinado aos mais carentes pelo desgoverno federal é insuficiente inclusive para comprar a cesta básica, além de não chegar a todos os que precisam”. Ela questiona, então, como “os 19 milhões de brasileiras e brasileiros que estão passando fome podem ficar em isolamento social?”.

Para a sindicalista baiana, a política econômica está no caminho inverso do que deveria porque “é voltada para a exportação e não valoriza o trabalho, privilegiando somente os grandes conglomerados econômicos e o sistema financeiro, principalmente os de fora”.

Por causa dessa política e do abandono do mercado interno, “cortando investimentos na agricultura familiar e no setor produtivo, o desemprego cresce vertiginosamente e os preços dos alimentos também”, acentua.


Valor do salário mínimo deveria ser de R$ 5.375,05 em março, segundo a Constituição


De acordo com o Dieese, a cesta básica aumentou em todas as capitais pesquisadas. “Em Porto Alegre, o acréscimo chegou a 25,20% e, em Curitiba, a 24,00%. Belém, no Norte do país, apresentou a terceira maior variação: 23,15%. No primeiro trimestre de 2021, as capitais que acumularam as maiores altas foram: Curitiba (6,81%), Natal (4,09%), Aracaju (3,45%), Belém (2,97%) e Florianópolis (2,79%)”, diz a nota técnica.

Vânia lembra que os mais ricos do mundo acumularam US$ 3,9 trilhões entre 18 de março e 31 de dezembro de 2021. Apesar disso, “o governo brasileiro não concedeu um auxílio emergencial capaz de suprir as necessidades básicas” e “não criou mecanismos em favor dos micro e pequenos empresários e muito menos defendeu o emprego”, só o que fez foi “negligenciar a pandemia e não tomar nenhuma medida compatível em defesa da vida e dos interesses do país”.


Texto em português do Brasil


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