Da fase da indiferença passou-se rapidamente à do pânico. Pelo caminho, ficou a racionalidade e firmou-se a superstição.
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A mortalidade das doenças infectocontagiosas respiratórias
Temos sido bombardeados com estatísticas de mortalidade, vindas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e repetidas ad nauseum pelas autoridades e comunicação social, de tal forma que o nosso dia-a-dia passou a ser feito de mortos e contaminados.
Quem olhar para qualquer estudo científico de mortalidade por uma epidemia destas, constatará, no entanto, que nunca são feitos cálculos desses para se concluir o que quer que seja, mas fazem-se antes cálculos sobre a mortalidade geral esperada e a que ocorreu no período de desenvolvimento da epidemia. Isto decorre de três ordens de razões:
- ninguém sabe qual o verdadeiro número de ‘infectados’, termo que de resto é ambíguo, sendo que o contacto com o agente patogénico é mesmo essencial para a imunização;
- na maior parte dos casos estas doenças matam quem se encontra debilitado por outras patologias pelo que a maioria dos óbitos não pode ser atribuída apenas a esta infecção, levando a que as contas sejam feitas de forma totalmente díspar de país para país e
- a mortalidade por estas epidemias depende muito do efeito de outros surtos de doença infectocontagiosas respiratórias nos dois a três anos anteriores.
Existe uma base de dados que nos indica em tempo real a evolução da mortalidade na maior parte dos países da Europa Ocidental, a Euromomo.eu, única a que se deveria dar importância. Aí se pode verificar que há normalmente um aumento da mortalidade em períodos invernais e que, excepcionalmente, tal não aconteceu no Inverno 2018/2019 e que está a acontecer agora, (Março-Abril) tardiamente em relação ao tradicional, um aumento de mortalidade comparável ao que aconteceu, por exemplo, nos Invernos de 2016/2017 e em 2017/2018.
Se quisermos entender o colapso dos serviços de saúde que testemunhámos por imagem televisiva teremos que nos lembrar mais do recurso à centralização em determinados hospitais das vítimas, a técnica da ventilação e o medo de contaminação gerado pela manipulação das vítimas mortais do que a números de vítimas nunca vistos.
Há elementos sem dúvida perturbadores da presente pandemia como o seja a facilidade com que atinge o pessoal que cuida de doentes e as marcas deixadas nos sobreviventes e provavelmente outros ainda, mas é necessário não perder de vista os números e a realidade estatística quando estamos a pensar em políticas sociais a fim de não causarmos mais mal do que bem nos remédios a adoptar.
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Sazonalidade e confinamento
Este tipo de doenças é muito contagiosa e sazonal, e tudo indica que a presente pandemia segue exactamente a mesma trajectória. No entanto, tornou-se matéria obsessiva negar a sazonalidade sem o fazer em qualquer base objectiva e passando por cima de tudo o que os epidemiologistas sabem na matéria.
A pressão psicológica feita em todo o mundo para a prisão domiciliária generalizada foi esmagadora, e mesmo os especialistas, que a contestaram, foram por vezes obrigados ao silêncio. Foi baseada em pânico mais do que em qualquer evidência e é bem provável que continue a desafiar a evidência que, até agora, em nada confirmou o sucesso da estratégia.
Se o assunto é discutível no plano da doença específica, ela é incontroversa no plano geral sanitário: ela é desastrosa para o bom estado de saúde em geral que tem no sedentarismo o principal problema, e é muito negativa em particular para a saúde mental. Para uma grande parte do mundo, aquele que tem de trabalhar para se sustentar, o desastre está a ser incomensuravelmente maior, porque é a fome e ausência de sanidade mínima o que resulta da estratégia.
Que os países melhor sucedidos no combate à pandemia (Taiwan e Coreia do Sul) não tenham adoptado a estratégia, e que alguns dos países com resultados mais desastrosos (a Espanha, França e Itália) a tenham adoptado, parece não impressionar ninguém, como também não parece impressionar quem quer que seja a opinião dos principais especialistas na matéria.
Impedir as pessoas de apanhar Sol e aproveitar o ar livre primaveril é um dos maiores absurdos a que estamos a assistir e que, seguramente, terá um contributo negativo para a resistência à pandemia.
Não falo aqui das consequências económicas e políticas, porque creio nem ser preciso falar delas para chegar a conclusões.
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A primeira vítima
Desde o princípio que a hipótese que me pareceu mais plausível foi a de a origem da presente pandemia ser o laboratório de alta segurança virológica da cidade, e isto por uma razão simples, havendo na China milhares de mercados onde se podem encontrar animais selvagens, há apenas um único laboratório que investiga nas condições de mais alta segurança esse tipo de vírus, o de Wuhan.
Um documentário sobre o assunto acabaria por fornecer muita evidência circunstancial que sedimenta essa probabilidade, nomeadamente relativas à investigação do laboratório em matéria de coronavírus recolhendo morcegos no Sul da China e participando em numerosas iniciativas científicas, juntando-lhe também a possibilidade de os vírus assim obtidos terem sido submetidos a manipulação genética, algo que vários investigadores tinham considerado impossível.
A linha de argumentação dos responsáveis do laboratório acolhida pela maior parte da imprensa internacional assenta na inversão do ónus da prova, exigindo que seja provado que essa fuga aconteceu; e confundindo duas questões: saber se o vírus pode ter fugido do laboratório com saber se o vírus que fugiu resulta de manipulação genética.
Quando as autoridades chinesas fecharam o acesso ao laboratório tornaram naturalmente impossível que se possa provar o que quer que seja, pelo que a exigência da prova não pode ser aceite como critério.
Em relação à origem genética do vírus há opinião científica publicada que aponta para a sua impossibilidade, embora contestada por pessoas como o prémio Nobel da Medicina, Luc Montagnier, mas isso nada tem a ver com a questão da fuga do vírus. A mistura das duas questões feita pelo responsável do laboratório e repetida acriticamente por todo o lado é pura desinformação.
Identificar a primeira vítima é algo de crucial para uma estratégia de combate a esta pandemia e, mais ainda, poder combater outras que se podem seguir. A desinformação promovida pela imprensa a esse propósito é muito negativa.
Não me parece plausível que o recente vírus tenha sido concebido como arma biológica, mas há uma coisa de que não tenho dúvidas, perante o que se passa, do Estado Islâmico iraniano aos seus vários émulos passando pelos Estados-maiores de quase todo o lado, todos têm agora a atenção virada para o uso de vírus deste tipo como armas de guerra.
Ficou demonstrado, que o pânico causado pelo novo vírus foi suficiente para lançar a paralisia e o caos no mundo inteiro. Imagine-se o que seria se este vírus tivesse uma capacidade letal superior à que este tem.
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