Após quase um mês do inicio da greve de fome de Claude Mangin esposa do activista saharaui Naama Asfari, o governo e o presidente francês pedem a Marrocos que reconsidere a interdição de entrada desta cidadã francesa no território marroquino.Mangin entrou em greve de fome em 18 de Abril, após a proibição de visitar o seu marido que está detido na prisão de Kenitra, Marrocos, a mais de 1200 km do seu território natal, o Sahara Ocidental.
França pede agora a Marrocos que deixe a cidadã francesa visitar o seu marido, um activista de direitos humanos que defende a independência do Sahara Ocidental, e segundo declarações oficiais de Jean-Yves Le Drian, chefe da diplomacia francesa no passado 15 de Maio, segue “muito de perto” a greve de fome de Claude Mangin, uma professora de 62 anos.
Na terça-feira Jean-Yves Le Drian disse na Assembleia Nacional francesa em resposta às perguntas do deputado Jean-Paul Lecoq do PCF que ” as autoridades marroquinas foram contactadas várias vezes sobre o caso da Sra.Mangin e para que autorizem que ela viaje a Marrocos para poder visitar o seu marido”.
“Falei várias vezes, não só oficialmente, mas também pessoalmente com o meu colega marroquino”, disse o ministro das Relações Exteriores francês.
Claude Mangin, professora de história e geografia, de 62 anos, começou uma greve de fome em 18 de Abril depois de ter sido impedida de entrar em Marrocos para visitar o marido Naama Asfari.
O preso político saharaui pertence ao grupo conhecido por Gdeim Izik, e foi condenado a trinta anos de prisão. Este grupo é composto actualmente por 19 presos políticos condenados entre 20 anos a prisão perpétua, num julgamento que não respeitou as condições mínimas de um processo justo e que se baseou em confissões obtidas sob tortura, não havendo quaisquer provas de culpa.
O comité contra a tortura das Nações Unidas publicou a sua decisão sobre o caso apresentado por Naama Asfari contra o estado marroquino, condenado Marrocos por tortura e maus tratos. A partir da publicação desta decisão Claude Mangin não foi mais autorizada a entrar no território onde o marido se encontra detido.
Jean-Yves Le Drian disse que o Presidente Emmanuel Macron, o Primeiro Ministro Edouard Philippe e ele próprio “estão informados” da situação. “Estamos especialmente atentos e emocionalmente envolvidos neste assunto”, disse o ministro.
O grupo de trabalho de detenção arbitrária das Nações Unidas denunciou a situação deste grupo de presos detidos desde 2010 e classificou a sua detenção como arbitrária, organizações internacionais como a Human Rights Watch e Amnistia Internacional classificam o julgamento como injusto e com falta de provas, e denunciam as torturas sofridas pelos presos.
Receba a nossa newsletter
Contorne a censura subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.