O Orçamento de Estado para 2016 ainda vai no adro mas o transacto-primeiro-ministro (TPM), Passos Coelho, não aprendeu nada nem com os quatro anos de governo nem com uma boa partida de Ténis, de que o futuro-Presidente tanto gosta. Quem o ouve, e ainda devem ser uns 352 portugueses, tem de se lembrar do que o arauto da grande recuperação dizia: a oposição está sempre a rejubilar com as más notícias e a entristecer-se com as boas. No Ténis, ao contrário, os adversários aplaudem boas jogadas e cumprimentam-se sem inveja.
Menos de três meses depois de ter sido afastado do Governo o TPM está tal-qual acusava a esquerda de estar. O OE é mau? Yuupi! O rendimento das pessoas vai aumentar? Ohhhhh! Ai a UTAO diz mal? Vivaa! As agências de rating ameaçam? Marabilha, pá!

O TPM, que tem a lata de se recandidatar a líder do PSD com um slogan de social democracia (que quer dizer socialismo democrático, para os mais distraídos), deseja mesmo ser útil e necessário para negociar o Orçamento e que Catarina e Jerónimo traiam Costa. Assim, este terá de aturar o TPM e ceder-lhe, soçobrar, curvar-se. Ah! Que soalheiro será esse momento para TPM, que em vez de amargura e desalinho voltará a sentir o poder de ter poder. Que brancura imaculada a da sua abstenção nas medidas gravosas para os contribuintes. O deleite de um “nim” ao imposto sobre a gasolina, a maravilhosa afastadura das 35 horas para as Calendas, a suprema gustativa de impedir as pensões de regressar ao que é justo.
Grande, o TPM, sonha com a conferência de imprensa em que dirá “eu avisei” e que Marco António, em barítono, junto à janela da sede da Lapa, cantará “eleeee avisooouuuuu”, com a melodia dos meninos de coro britânicos.
É poucachinho. Um TPM que se prezasse estava a esta hora a trabalhar, porque se ouviria a si mesmo dizer, a 14 de Maio de 2015: ““Em teoria, todos nós não podemos deixar de nos sujeitar ao resultado das eleições, e depois das eleições então veremos o que é que se fará”. E o que se fará podia ser outra frase do TPM, agora de 2 de Dezembro de 2014: ” “O que os políticos são capazes de fazer está muito relacionado com a sua vontade. Tenho insistido ao longo destes anos, uma vez que passámos por um período único, que os políticos deviam dar o exemplo em entender-se” no sentido de “encontrarmos respostas duradouras”.
Mas como TPM, o TPM está a ser complicado. Já lá vão três meses e o senhor não se livra dele. Deve ser horrível.