A Suécia tem sido discreta e não tem interesse em falar na ajuda ao que se chama de “oposição” síria, ajuda oferecida nos últimos oito anos de conflito.
Os suecos pagam impostos. Isso beneficia a oposição síria?
Patrik Paulov, jornalista freelancer e autor do livro “Vozes silenciadas da Síria”, residente em Gothenburg, escreve sobre isso num artigo de opinião publicado no jornal Svenska Dagbladet em 9 de outubro de 2019.
Ele coloca a pergunta ao governo sueco e aos órgãos de informação sobre qual a causa para tanto silêncio sobre a ajuda aos terroristas na Síria, enquanto outros países europeus quebraram o silêncio sobre esse mesmo assunto após a transmissão de documentários que revelavam que o dinheiro tinha sido entregue a terroristas extremistas armados.
A Suécia começou a apoiar a chamada “oposição democrática na Síria” em agosto de 2012, quando o então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Carl Bildt convidou figuras da “oposição” síria para uma reunião no castelo Hässelby, em Estocolmo.
“O apoio da Suécia ao projeto de ajuda liderado pela oposição Syria Recovery Trust Fund (SRTF) é um exemplo. Os financiadores da SRTF são 10 países ocidentais mais as ditaduras reais – Emirados Árabes Unidos e Kuwait”, disse Paulov, indicando que a Suécia contribuiu apenas duas vezes para a SRTF, na última vez em 2015. O valor total foi de 56,5 milhões de coroas.A avaliação do Ministério das Relações Exteriores da SRTF, assinada em 23 de outubro de 2018, não fala sobre a influência de grupos terroristas nas “áreas de oposição” onde o projeto foi implementado. Nada foi relatado sobre a colaboração entre a “oposição” síria, que preside a SRTF, e a Frente al-Nusra e outros grupos extremistas armados.
Em abril de 2015, o chefe da chamada “coligação de oposição da Síria”, Khalid Khoja, admitiu que as suas organizações têm uma aliança tática com a Al-Qaeda. O cabeça dessa coligação, Ahmad Jarba, foi presidente do fundo de assistência que recebeu 40 milhões de coroas suecas. Em abril de 2014, visitou a cidade de Kassab, da qual 2000 cristãos sírios foram deslocados pela tal “oposição”, apoiada pelo exterior.
“Quando o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, leu a Declaração do Governo em 10 de setembro, afirmou que “é um ato criminoso ter contactos com uma organização terrorista”. Como explicar que a ajuda sueca foi dada à oposição síria que trabalha em conjunto com terroristas?”, pergunta Paulov. O Ministro dos Negócios Estrangeiros Sueco recusou um seu pedido de entrevista. E o mesmo silêncio respondeu às perguntas colocadas pelo jornalista por escrito. A maioria dos políticos jornalistas e ainda menos a população da Suécia sabe o que realmente aconteceu na Síria.
Portanto ninguém respondeu às acusações e perguntas que colocou no artigo publicado pelo Svenska Dagbladet em outubro.
Por exemplo, a Holanda interrompeu sua ajuda aos grupos de oposição da Síria logo após o Ministro dos Negócios Estrangeiros holandês apresentar o relatório “Revisão do sistema de monitorização de três projetos na Síria”, que revelava que “grupos de oposição”, como o ‘Exército Sírio Livre’ e os Capacetes Brancos tinham contatos com terroristas.
“Há uma diferença entre a Suécia e a Holanda. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia parece não ter a abordagem crítica que existe na Holanda. Patrik Paulov acredita que nem tudo o que a Suécia faz na Síria está errado.
“A Síria precisa de assistência humanitária após quase nove anos de guerra destrutiva e a Suécia contribuiu muito. Mas ele destaca e discute nos artigos de investigação e no livro que publicou é que a Suécia, ao mesmo tempo, está envolvida no processo de mudança de regime.
NOTA: Svenska Dagbladet, abreviado SvD, é um jornal diário publicado em Estocolmo, Suécia, publicado pela primeira vez em 18 de dezembro de 1884.
”Hög tid att granska Sveriges Syrienbistånd”
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90