Foi já na madrugada desta Terça-feira que Paulo Portas assumiu publicamente a saída da liderança do CDS. Em declarações aos jornalistas, o agora antigo líder do CDS/PP admitiu não estar “preocupado” com o futuro do partido e depositou a sua confiança na nova geração.
“O CDS existe há 40 anos e sempre foi capaz de, nas horas certas, dar o salto em frente quando um novo ciclo político se abre. A coligação que venceu as eleições de 4 de Outubro já não existe, e o CDS recuperou a sua autonomia estratégica. Ordenadas as prioridades, chegou o tempo de pensar no futuro e no que se pode fazer por Portugal. E com este novo ciclo político, chegou o tempo de dar grandes responsabilidades a uma nova geração”, afirmou.
Acreditando que a sua saída não deve ser vista como uma “preocupação” e sim uma “oportunidade”, Paulo Portas destacou também que este é um momento “de um ciclo que termina, e de outro que começa”.
“Dou hoje por terminado esse ciclo e essa etapa da minha vida. Não serei mais candidato a presidente do CDS e passarei o testemunho. O partido fará, com total isenção, uma escolha de futuro”.
Como uma das razões para esta tomada de decisão, Paulo Portas frisou os quase 16 anos de liderança do CDS, “tempo que basta” segundo o próprio, que acrescentou ainda que, caso se recandidatasse, “teria de estar disponível para vários mandatos, de vários anos”. “Levaria a minha presidência para lá dos 20 anos de exercício, o que não é politicamente desejável”, frisou.
O novo ciclo político também foi uma das razões apontadas para a sua saída, dado que “nada ficará como dantes”. “O centro direita só voltará a ser Governo com maioria absoluta de deputados, qualquer outro cenário é um risco fatal”, declarou.
Como tal, Paulo Portas aposta e mostra a sua total confiança na nova geração do partido, afirmando mesmo que o CDS “tem, neste momento, a melhor e a mais preparada geração de políticos”.
“Ao dar este passo estou a facilitar o futuro. É tempo de dar lugar a uma nova geração do partido. É tempo de passar o testemunho e faço-o com toda a naturalidade. Não tenham medo. Confiem. O CDS vai ser capaz”, afirmou.
No final, Paulo Portas deixou ainda palavras de agradecimento ao presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, frisando que tem “muito orgulho naquilo que os dois partidos puderam fazer por Portugal num dos momentos mais delicados que atravessou”, sublinhando ainda que o CDS será sempre o seu partido de filiação e voto.