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Sábado, Novembro 2, 2024

PCP e Bloco de Esquerda querem acabar com o Centro Hospitalar do Algarve

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O PCP e o Bloco de Esquerda querem que o governo socialista avance para a extinção do Centro Hospitalar do Algarve (CHA). Os dois partidos apresentaram no Parlamento, quase ao mesmo tempo, duas propostas de resolução com esse objectivo.

A análise que fazem é que desde que, em Abril de 2013, o executivo de Passos Coelho decidiu juntar os hospitais de Faro, Portimão e Lagos numa única entidade baptizada como Centro Hospital do Algarve, a prestação de cuidados de saúde na região tem vindo a piorar.

O PCP joga mão dos números de atendimento e cirurgias para concluir isso mesmo. No documento apresentado refere que, de 2013 para 2014, “as consultas externas caíram de 310.829 para 299.987 e as intervenções cirúrgicas (programadas e urgentes) caíram de 18.791 para 14.037”. Além disso, os tempos médios de espera até à realização da primeira consulta externa de especialidade nos hospitais algarvios “são, em algumas especialidades, elevadíssimos”. Por exemplo, no Hospital de Faro, os utentes esperam 663 dias por uma consulta de Neurocirurgia; 789 dias na especialidade de Oftalmologia; 699 dias na de Ortopedia e 428 dias em Reumatologia. Quanto ao Hospital de Portimão, referem os comunistas, os tempos de espera também são longos: 768 dias em Urologia, 295 dias em Oftalmologia e 230 em Neurologia.

Um panorama que, entre outras razões, tem muito a ver com “a assustadora falta de médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde”, a que se junta “a falta de medicamentos e de material cirúrgico e do adiamento de cirurgias”, adianta o Bloco de Esquerda. Os problemas foram denunciados já em Janeiro de 2014 por 180 médicos e, daí para cá, nada terá mudado para melhor. Exemplos disso foram “o caos verificado nas urgências no dia de Natal, o que motivou protestos de utentes pelas longas horas de espera e que levou à intervenção das autoridades policiais, e o caso da morte de um doente, vítima de um AVC, transferido de Faro para Coimbra”.

Os dois partidos consideram que a decisão de juntar os hospitais algarvios surgiu inserida numa estratégia de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) o que, de acordo com o PCP, tinha como real objectivo ”a criação de condições para transferir para os privados cada vez mais serviços de prestação de cuidados de saúde”.

Por tudo isto, o diagnóstico que ambos os partidos fazem é que esta estratégia foi um fracasso, pelo que o novo Governo deve reverter o processo de fusão dos hospitais e tomar as medidas que se imponham para dotar os três hospitais dos recursos materiais e humanos necessários para a prestação de bons cuidados de saúde à população.

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