Poemas de Delmar Maia Gonçalves
“Perguntarei ao Cristo”
Se um dia puder
perguntarei ao “Cristo”
porque o pintam branco
os homens do norte
Perguntarei ao “Cristo”
porque será
que sendo judeu, o amam tanto,
odiando os outros judeus,
Perguntarei ao “Cristo”
porque odeiam tanto
o homem negro,
os homens do norte
Se um dia puder
perguntarei ao “Cristo”
“quando virá(?)”,
para conversarmos e depois lhe dar
as boas noites e dormir,
que os homens do norte
estão surdos.
“Mestiçagem”
Somos resultado de uma adição
Quando subtraímos esquecemo-nos
que antes houve adição.Não nos podemos dividir mais,
porque somos resultado
da multiplicação
que resulta em humanidade.Feitas as contas
a adição só enriquece
não empobrece.
“Não sou mais eu…”
Não sou mais eu
quem grita de raiva por todas as injustiças cometidas
no passado
Não sou mais eu
quem grita a dor das perdas ancestrais
Não sou mais eu
quem chora os exílios forçados no presente
Não sou mais eu
quem vibra com as pequenas vitórias
alcançadas na vida
Sou apenas e só
um porta-voz involuntário
de uma situação
que se gerou!
“Queria que o meu país…”
Eu queria que o meu país
fosse feito de alegria
Queria que no meu país
não houvesse ódio
Queria que o meu país
não conhecesse a guerra
só amor em abundância
amor e muita criança
mas com a barriga cheia!
Queria que o meu país
fosse um país sem tristezas
um país sem agressão
e que houvesse sempre pão.
Mas pão em todas as mesas!
Queria ver o meu país
como um enorme jardim sem igual
cheio de acácias ,
buganvílias e cravos.
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