Martin Kenney, solicitador norte-americano, acredita haver razões para alarme sobre o petróleo vindo de organizações terroristas que chega aos mercados internacionais.
Um post de Ilya Zlatkin, advogado em Chicago, no blog Foreign Corrupt Practices Act (que leva o nome da lei anti-corrupção norte-americana de 1977), recordava a forma como antiguidades e artefactos antigos circulavam no mercado negro, bem como o trabalho levado a cabo pela Equipa de Crimes da Arte do FBI para localizar e fazer regressar tais peças de arte aos seus legítimos proprietários.
A partir deste artigo de opinião, Martin Kenney estabelece o paralelismo entre tais alusões e o facto dos extremistas islâmicos terem recentemente feito explodir vários templos e monumentos, bem como estátuas e outras obras de arte. Não apenas pelo propósito de exibir tais actos mas também com o intuito de vender peças antigas, financiando assim as suas actividades terroristas.
O petróleo está relacionado com estes factos porque os mesmos autores destes ataques a obras de arte e monumentos são os que, em nome do auto-intitulado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), desviam crude petrolífero dos campos de petróleo sob a sua posse (após a invasão de partes da Síria, Líbia e Iraque) para venda – e consequente financiamento do seu “estado”.
Para além de se questionar como é que este petróleo chega ao consumidor final, também é preciso saber quem o compra, interroga-se Martin Kenney.
Muitos comentadores acreditam que por dia, o auto-intitulado EIIL lucrará entre 1 a 1,5 milhões de dólares com esse petróleo “sujo” e que haverá países que não sabem a sua origem, porém, noutros casos, os controlos alfandegários serão, na melhor das hipóteses, “porosos” – não excluindo a hipótese de corrupção alfandegária como facilitador da entrada desse petróleo.
A confirmar-se este facto, acrescenta o autor do artigo, “isto é corrupção à mais séria das escalas. Os responsáveis sabem que estão a facilitar o financiamento do terrorismo. E ao fazê-lo estão a colocar o seu próprio país e o resto do mundo em risco”, aponta.
As acusações de quem o faz (a Rússia acusou a Turquia de adquirir petróleo dos terroristas, por ser mais barato) ainda agora estão no começo, e “muito ainda haverá a saber-se com esta história sobre as movimentações do petróleo ilícito”, sublinha o autor do artigo.
Kenney afirma que todos os países deveriam “limpar os funcionários corruptos das alfândegas e os seus chefes criminosos”, porque “a segurança do mundo depende disso”.