“Pietá”, de Michelangelo. Ainda em vida, Michelangelo, foi considerado o maior artista de seu tempo.
“Como é que faço uma escultura? Retiro do bloco de mármore, tudo o que não é necessário”
Foi a sua 1ª grande obra escultórica. Trata-se de um trabalho de admirável perfeição, organizado segundo um esquema em forma de pirâmide, um formato muito utilizado pelos pintores e escultores renascentistas.
Nesta obra delicada, o artista encontrou a solução ideal para um problema que preocupava os escultores do 1º Renascimento: a colocação do corpo de Jesus Cristo morto no regaço de Maria. Para isso alterou deliberadamente as proporções: o Cristo é menor que a virgem, que é para dar a impressão de não esmagar a mãe e mostrar que é seu filho, para não “sair” do esquema triangular. A virgem Maria foi representada muito jovem e com uma nobre resignação: a expressão dolorosa do rosto é idealizada, contrastando com a angústia que tradicionalmente os artistas lhe imprimiam. Torna-se assim evidente a influência do “pathos” dos clássicos gregos. E o autor imaginou a juventude de Maria, objecções que erguem contra ele os seus críticos, como a sua expressão de pureza incorruptível.
O requinte e o cuidado da modelação e o tratamento da superfície do mármore, polido como marfim, deram-lhe a reputação de uma das mais belas esculturas de todos os tempos. Importante como o autor conseguiu harmonizar a figura horizontal do Cristo, estendido sobre os joelhos da mãe, como que inserido entre as suas amplas vestes, com a figura «vertical» de Maria.
Miguel Ângelo tinha apenas 23 anos. A fita que atravessa o peito da Virgem Maria trás a assinatura do autor, a única que se conhece: MICHAEL ANGELUS. BONAROTUS. FLORENT. FACIEBA. Ou seja, «Miguel Ângelo Buonarroti de Florença fez».
Informação adicional
Artista: Michelangelo
Título: Pietà
Dimensões: 1,74 m x 1,95 m
Material: Mármore
Criação: 1499
Local: Basílica de São Pedro, Vaticano
Períodos: Renascimento, Renascença italiana
Nota da Edição
Michelangelo 1475-1564
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, mais conhecido simplesmente como Michelangelo ou Miguel Ângelo, foi um pintor, escultor, poeta e arquitecto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente.
Desenvolveu o seu trabalho artístico por mais de setenta anos entre Florença e Roma, onde viveram seus grandes mecenas, a família Medici de Florença, e vários papas romanos. Iniciou-se como aprendiz dos irmãos Davide e Domenico Ghirlandaio em Florença. Tendo o seu talento logo reconhecido, tornou-se um protegido dos Medici, para quem realizou várias obras. Depois fixou-se em Roma, onde deixou a maior parte de suas obras mais representativas.
A sua carreira desenvolveu-se na transição do Renascimento para o Maneirismo, e o seu estilo sintetizou influências da arte da Antiguidade clássica, do primeiro Renascimento, dos ideais do Humanismo e do Neoplatonismo, centrado na representação da figura humana e em especial no nu masculino, que retratou com enorme pujança. Várias das suas criações estão entre as mais célebres da arte do ocidente, destacando-se na escultura o Baco, a Pietà, o David, as duas tumbas Medici e o Moisés; na pintura o vasto ciclo do tecto da Capela Sistina e o Juízo Final no mesmo local, e dois afrescos na Capela Paulina; serviu como arquitecto da Basílica de São Pedro implementando grandes reformas em sua estrutura e desenhando a cúpula, remodelou a praça do Capitólio romano e projectou diversos edifícios, e escreveu grande número de poesias.
(wikipédia)
Receba a nossa newsletter
Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.