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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024

Pilhagens ameaçam edifício público de antigo hospital desactivado em Torres Vedras

Hospital Torres Vedras

Encerrado em Maio de 2015 após a reorganização do Centro Hospitalar do Oeste, o antigo Sanatório do Barro, em Torres Vedras, baptizado de Hospital Dr. José Maria Antunes Júnior em 1993, está a ser alvo de pilhagens por desconhecidos, que levam tudo aquilo que conseguem furtar do edifício abandonado.

Antes do encerramento, o hospital dedicava-se ao tratamento de doenças pulmonares, em particular a Tuberculose. O imóvel está localizado num local aprazível, nos arredores da cidade, mas distante de qualquer área urbana. Esse isolamento, outrora uma vantagem no tratamento e cura de doenças do foro respiratório, permite agora que desapareçam portas, janelas, instalação eléctrica, tubagens da canalização e pedras em mármore, sem que alguém dê por isso.

Este é um edifício público, património do Estado, com grande valor histórico e arquitectónico. Foi construído em 1570 como convento dos Religiosos Arrábidos. Em 1910 deixou de ser um convento de monges franciscanos e passou a Asilo Elias Garcia. Já na segunda metade do século XX tornou-se sanatório, teve como director o médico José Maria Antunes Júnior e a assistência aos utentes era prestada por freiras.

Em 2015 passou para a propriedade do Ministério das Finanças depois de retirado da alçada do Ministério da Saúde, quando foi desactivado. Todas as valências médicas foram transferidas para o outro hospital de Torres Vedras, entretanto integrado no Centro Hospitalar do Oeste, juntamente com os hospitais de Caldas da Rainha e Peniche.

O objectivo era vender o edifício, mas até hoje não foi lançado qualquer concurso público para a alienação daquele património, apesar de já terem surgido alguns interessados na compra. O certo é que, oito meses depois do encerramento o edifício, continua na posse do Estado e, aos poucos, vai sendo destruído pelas constantes visitas dos “amigos do alheio”.

A administração do Centro Hospitalar do Oeste reconhece os actos de vandalismo no antigo hospital, situação que considera preocupante, mas apenas pode apelar ao civismo dos seus autores e fazer a respectiva participação às autoridades policiais.

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