Num planeta onde apenas 1% da população global detém a mesma riqueza dos 99% restantes. Onde 62 pessoas são tão ricas como metade do mundo, onde 8 bilionários têm juntos mais dinheiro que a metade mais pobre da terra, o que é que cada um de nós poderá fazer, já hoje, com o objectivo de resistir a novas formas de escravatura? A resposta é : dar menos importância ao dinheiro!!! Como é que o poderemos conseguir? É o que iremos saber.
Só lhe valerá a pena ler esta pequena história se estiver aberto à possibilidade de a ver como se da sua própria vida se tratasse. Este é , na verdade, o grande desafio perante uma história que muitos de nós já conhecem. Então…
Acabado de chegar da faina, um jovem pescador mexicano tinha à sua espera o homem mais bem sucedido da aldeia. Tratava-se de um americano abastado que decidira reformar-se, passando os seus últimos dias naquela terra de gente simples e pacata.
Sorridente, sempre disposto a ajudar, perguntou ao pescador quanto tempo foi necessário para apanhar todo aquele peixe.
Algum, não muito, respondeu o mexicano.
O americano perguntou-lhe de seguida: Porque não ficou um pouco mais de tempo no mar? Apanhando mais peixe maior seria o seu lucro.
Esta quantidade é suficiente para ajudar a minha família, respondeu o pescador.
– Ok, meu amigo. E o que é que faz no resto do tempo.
– Ora, faço o de todos os dias, brinco com os meus filhos, repouso em companhia da minha mulher, ajudo os meus pais e os meus irmãos. À noite venho até aqui, toco viola, canto com os meus amigos…
– Não, meu amigo, isso está errado, interrompe o americano. E eu posso ajudá-lo a mudar essa situação. Tenho vários cursos de gestão de empresas, coaching para a vida e liderança, empreendedorismo…
Passando mais tempo no mar poderá comprar um barco maior, assim pescará muito mais peixe. Depois poderá obter um segundo, um terceiro barco, criando uma frota de barcos de pesca. Terá assim a possibilidade de negociar directamente com os grandes distribuidores. Garanto-lhe que terá um enorme sucesso.
E quanto tempo será necessário até isso acontecer, pergunta o pescador.
Uns quinze anos, talvez dez. Agora é o momento. Você ainda é novo, replicou o americano.
E depois.., perguntou o pescador desconfiado.
– Quando tiver sucesso, poderá abrir o capital a outros investidores, fazendo milhões de pesos.
Depois disso você faz como eu. Reforma-se e vai morar numa vilazinha, descansa, vai à pesca, convive diariamente com os familiares mais próximos, terá tempo para conviver com os seus amigos… Uma vida de rei!
O pescador olhou o americanos nos olhos e respondeu pacientemente, … mas isso é o que eu já faço.
Aqui se contou, em poucas palavras, a vida de vários entre nós. E, por se tratar de uma história tradicional, muitos já a conheceriam. Contudo, poucos terão feito uma escolha. Qual dos personagens desta história quer ser daqui para a frente? O que perdeu os melhores momentos da sua vida na busca do enriquecimento material. Ou o outro, atento à importância do que é ser, realmente, fraterno?