A prática continuada de descontextualização Histórica para dar ênfase ao que se diz também é uma prática populista. Ou, simplesmente, é ser-se populista!
Como acontece com os diversos analistas; comentadores; uma grande maioria dos jornalistas; e outros; que procuram a sua “janela de oportunidade” para conseguirem o protagonismo necessário que lhes seja útil para a concretização dos seus objetivos.
Acontece que essa prática continuada acaba por ser fastidiosa e por isso geradora de “anticorpos sociais” tendencialmente próximos da “vítima” visada transformando essa em em algo com necessidade de defesa. Coisa a que as gentes são atreitas por simpatia ocasional reativa que resulta em simpatia interativa e, afetiva.
Veja-se a conclusão generalizada na análise do resultado eleitoral da eleição Presidencial onde a abstenção de quase dois terços dos eleitores passou ao lado daquilo que aconteceu no Alentejo omitindo os opinantes o resto do País.
Esquecendo-se, os opinantes, que:
- O Alentejo comunista era o Alentejo dos trabalhadores à jorna.
- O Alentejo profundo que passava fome.
- O Alentejo dos latifundiários com residência na linha de Cascais.
- Meio século depois esse Alentejo deu lugar a um outro Alentejo com melhor qualidade de vida e uma classe média pujante.
- As searas deram lugar ao Olival.
- As herdades mudaram de dono.
- A reforma agrária foi estrangulada no tempo.
Ou seja; as populações Alentejanas já não são as mesmas. A cultura local já não é a mesma. Os interesses coletivos já não são os mesmos.
Com a atual crise social os serviços em geral são os que mais sofrem sendo que são os que mais geram emprego o que quer dizer que com a pandemia estão paralisados e por isso a gerar desempregados.
Uma conjuntura de desespero onde as promessas populistas encontram adeptos com muita facilidade tal e qual o futebol arrasta multidões quando apresenta vitórias.
Importa por isso olhar o País à luz da sua realidade social atual sem julgar as populações que sofrem tão só porque alguns mataram o espírito de Abril ao longo de meio século de democracia. Assim sendo, o fascismo poderá estar de volta.
O que também acontece na Europa e no mundo perante a incapacidade das democracias em formar líderes políticos identificados com os povos que os elegeram…
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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