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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

A Prática da Religião

Rui Amaral
Rui Amaral
Gestor de Empresas
Rui Amaral
Gestor Reformado

Os seus princípios visam tornar o homem melhor, mais  fraterno, mais feliz, mais humano. Visam dar-lhe elevação ética e moral. A sua prática, necessariamente sujeita às imperfeições dos seus executores humanos, é responsável por guerras cruéis, por fanatismos inaceitáveis, por fraturas graves na sociedade, por condutas impróprias, etc.

São exemplos as guerras religiosas, as perseguições religiosas, as fracturas entre protestantes e católicos, a pedofilia, entre muitos outros. Pratica-se a caridade em nome da religião mas também se mata em nome da religião.

A Europa vem percorrendo o caminho da laicidade separando o Estado da religião. Cada vez mais a religião está relegada para o domínio da liberdade e privacidade de cada cidadão.

A proibição de símbolos religiosos nas salas de aula, das escolas francesas, é um passo nessa direcção. Não se trata de renegar a cultura cristã da Europa mas sim a remissão da religião para a esfera individual.

O respeito pela religião de cada um passa por não impor aos outros a religião de cada um. E é assim que deve ser no universo da nossa cultura. É esta Europa que se pretende na União.

FeaturedImageVem isto a propósito do caso insólito de haver muçulmanos que, em empresas portuguesas, interrompem o seu trabalho, colocam o tapete no chão ao lado da secretária e se dedicam às suas orações.

Os chefes, como é habitual entre nós, fazem de conta que não vêm. Querem o ordenado de chefe mas rejeitam o exercício do poder.

Sou o primeiro a respeitar a liberdade de cada um seguir a religião que entender mas não considero admissível que alguém imponha a outros a sua religião. Ninguém tem que ser incomodado com as rezas dos outros.

A religião é uma coisa pessoal que deve ser praticada nos locais próprios (templos) ou na intimidade da casa de cada um.

Trata-se  duma situação nova. Nem as comunidades muçulmanas há muito radicadas em Portugal, nem os judeus, nem os budistas, nem os hindus e, muito menos os cristãos, se entregam a este tipo de comportamentos.

Será que, como é habitual entre nós, se vai olhar para o lado até que o problema ganhe uma dimensão que obrigará a uma actuação?

Nessa altura o fenómeno pode ter uma dimensão que condicione qualquer actuação.

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