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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

Precários exigem fazer parte do relatório sobre a Precariedade no Estado

“O Estado é o maior empregador de precários em Portugal e tem de deixar de o ser para que se faça justiça na vida de tantas pessoas, no sector público e no privado. O Estado tem de dar o exemplo”.

Esta é uma das afirmações que consta do comunicado emitido pelo movimento de trabalhadores precários do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) que prestam serviços permanentes essenciais ao funcionamento dos hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.

E acrescentam, “Após consulta do relatório, constatámos que este omite todos os trabalhadores precários que estão mediados por empresas de trabalho temporário e de falso outsourcing. Por isso o relatório deixa muita gente de fora”. “Trabalhadores que, como nós, Precários do CHO), trabalham há décadas mediados por empresas que nos roubam salários e direitos a cada dia que passa. O Governo não pode continuar a fechar os olhos a esta situação. A Regularização de todos os precários do Estado tem de incluir muitos trabalhadores subcontratados”.

No Centro Hospitalar do Oeste existem 180 trabalhadores precários em regime de falso outsourcing. Estão nos serviços de urgência, medicina, ortopedia, maternidade, cirurgia, pneumologia, entre outros.

Afirmam-se como “parte do quotidiano destes hospitais” e não aceitam “ficar para trás. Não aceitamos porque a precariedade destrói as nossas vidas, mas também porque prejudica gravemente os nossos utentes e a qualidade do Serviço Nacional de Saúde. Não aceitamos porque lesamos os contribuintes que pagam, com os seus impostos, os lucros milionários das empresas de outsourcing”.”Mais de metade dos assistentes operacionais que trabalham diariamente nestes hospitais são precários subcontratados. As empresas de outsourcing que nos medeiam não servem para nada, não contribuem para a prestação de qualquer serviço. Na verdade, a nossa relação com estas empresas limita-se à troca de recibos e conferência de salários. Estamos integrados na hierarquia do hospital e devíamos todos fazer parte dos quadros”.

O Centro Hospitalar do Oeste, só em 2015, gastou 10,2 milhões de euros com empresas de falso outsourcing. Caso a contratação dos funcionários fosse feita directamente pelos hospitais, o Estado pouparia milhões de euros.

Por todos estes motivos, o movimento dos Precários do CHO exigem “que o Governo assuma a sua responsabilidade e alargue o relatório e a regularização aos trabalhadores subcontratados em regime de falso outsourcing”.

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