Numa semana, Carlos Alexandre fez o pleno e o grupo do dr. Balsemão mostrou ser de uma generosidade exemplar. Esta convergência de tempos de antena e manchetes tem, porém, um ar pouco inocente. Tem mesmo toda a aparência de uma grande operação ofensiva de ‘relações públicas’, sob a forma de uma “preemptive operation”.
A julgar pelos resultados públicos, a operação é um fracasso. Foi mal medida, foi mal dimensionada, foi mal executada, teve um ar de “gato escondido com o rabo (ou até mesmo a cabeça…) de fora”, escolheu mal as mensagens, enquadrou-as mal num discurso demasiado palavroso e excessivamente “ruidoso”… O próprio protagonista demonstrou estar mal ensaiado e mal dirigido, tanto na comunicação verbal como (sobretudo!) na não-verbal. A sua proxemia, por exemplo, foi um desastre.
No final, o tiro saiu, em boa parte, pela culatra e a generosidade do dr. Balsemão acabou por ter um impacto negativo. Em síntese, Carlos Alexandre tem de mudar de “spin doctors”… Se ainda for a tempo. E deixar de fazer de “menino queixinhas”, como nesta manchete do Expresso, porque isso é a pior “comunicação”.