“O presidente interino do Brasil, Michel Temer é acusado de ter feito campanha para obter doações para um aliado político em 2012, no esquema de suborno que envolve a empresa estatal Petrobras.” (Reuters)
“A alegação marca a primeira vez que Temer é implicado pessoalmente na investigação anti-corrupção em curso; o seu escritório já negou a acusação” (Financial Times)
“Temer assumiu em Maio, depois da Presidente Dilma Rousseff ter sido afastada sob a acusação de impeachment, por alegadas irregularidades e manipulação do orçamento. Dois dos ministros do governo Temer já renunciaram na sequência de denúncias sobre o seu envolvimento na tentativa de subverter o processo de investigação de corrupção em curso.” (Wall Street Journal)
O NWT continua, com a opinião de dois analistas
“O primeiro mês de Michel Temer como presidente interino não tem sido “de sonho”. Apesar de importantes medidas de carácter urgente, no âmbito das reformas económicas, terem avançado, o impeachment de Dilma Rousseff continua a lançar uma sombra, as investigações de corrupção continuam a minar e a legitimidade de Temer permanece sob ataque constante”, Matthew Taylor, no blog do CFR.org.
“A política brasileira sofre de disfunção crónica. Mais de duas dúzias de partidos políticos mantêm lugares no Congresso, e porque à maioria deles falta uma ideologia reconhecível, as coligações são estabelecidas por meio de um patrocínio de um ministério aqui, um banco estatal, ali. Este sistema explica como Rousseff veio a fazer equipa com Michel Temer, seu Vice presidente, que é agora Presidente-interino do Brasil.
Temer não era membro do Partido dos Trabalhadores de Dilma Rousseff, e nunca alinhou em qualquer declaração de objectivos de justiça social. Um advogado e um político de carreira, Temer era um membro do antigo establishment político e Rousseff confiou na sua habilidade de intermediador para ajudar a concretizar os seus projectos no decurso da legislatura. Mas quando a opinião pública se virou contra ela, também ele o fez”, Alex Cuadros escreve para o New Yorker.
“Com a Sra Rousseff despojada da sua autoridade, um sentimento de impotência e indignação que perpassa o Palácio da Alvorada, a residência cavernosa onde está autorizada a permanecer, enquanto a luta pela sua expulsão definitiva se mantém, no Senado. Não era suposto ser assim. O Brasil estava à espera de comemorar os seus triunfos no período que antecede os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, e não ser o anfitrião de um espectáculo de disfunção política de fazer cair o queixo. A Sra Rousseff, primeira mulher presidente do Brasil, era suposto estar a preparar-se para saudar os líderes mundiais, e não a suportar a humilhação do impeachment, batalha que a tem presa por um fio”, Simon Romero escreve para o New York Times.