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Quinta-feira, Janeiro 23, 2025

Presidente pede rigor na execução das contas públicas

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

marcelo

Apesar de não oferecer dúvidas quando à constitucionalidade, o Presidente afirmou ter algumas reservas quanto ao cumprimento do OE. Uma delas aponta para o perigo de ser demasiado optimista nas suas previsões macro-económicas. “Há tantas incógnitas e incertezas”, disse o chefe de Estado, referindo-se às dúvidas sobre a evolução económica nacional e internacional, das quais podem depender eventuais medidas adicionais.

Marcelo dirigiu ainda alguns avisos ao Governo de António Costa, relativamente à necessidade do rigor na execução do OE, “porque é esse rigor que pode permitir fazer face a uma evolução económica menos positiva ou a problemas quanto ao realismo de receitas e despesas previstas no Orçamento”.

O modelo económico, de estimular o consumo interno para fazer crescer a economia, também suscitou reservas por parte do Presidente da República, embora considere que, neste momento, “é o orçamento possível” e, por outro lado, “só em 2017 vamos ver qual foi a resposta para este problema”.

 

Reacções dos partidos

O partido do Governo congratulou-se com a promulgação do OE e com o discurso do Presidente. O socialista João Galamba afirmou que as palavras de Marcelo coincidem com as do PS e disse ter gostado de ver o “senhor Presidente da República não alinhar naquele coro de exigência permanente de medidas adicionais”.

À esquerda, António Filipe, do PCP, destacou a recuperação do poder de compra dos portugueses e mostrou-se confiante no cumprimento do OE. Heloísa Apolónia (Os Verdes) realçou as preocupações sociais do Orçamento, o que considera uma viragem positiva para o país e Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, defendeu que o OE vem trazer estabilidade a Portugal e irá contribuir para melhorar a vida dos cidadãos.

O porta-voz do PSD, Matos Correia, entendeu como expectável a promulgação do OE. No entanto, sublinhou que, na opinião do seu partido, o documento se baseia num modelo errado, já que depende do crescimento do consumo interno privado, que no passado “já deu mostras que não funciona e conduziu ao resgate de 2011”.

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