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Sábado, Julho 27, 2024

Projeto de erradicação do trabalho escravo se contrapõe a Fashion Week

Semana que vem ocorre nova edição do São Paulo Fashion Week. Para contrapor ao evento de moda, indústria conhecida por utilizar mão de obra escrava em oficinas de confecção de roupas, será realizado entre os dias 20 a 23 de outubro, das 11h às 19h, na Casa Paulista 1811 – Avenida Paulista, 1811, em São Paulo (SP) -, o projeto #NãoSomosEscravosDaModa. A entrada é gratuita.

A ação, promovida pelo Ministério Público do Trabalho, faz parte da iniciativa de erradicação do trabalho escravo no Brasil e integra a campanha Somos Livres.

O evento é interativo e terá uma instalação simulando uma fábrica têxtil, revelando as condições precárias das quais os trabalhadores são submetidos.

O espaço contará com mais três acontecimentos: a exposição “Costurando Dignidade”, do fotógrafo Chico Max, com 19 fotos retratando mulheres que já foram submetidas a situações de exploração em oficinas de costura; loja da Somos Livres com produtos confeccionados por imigrantes e refugiados, incentivando e promovendo o trabalho inclusivo na moda brasileira; e um ciclo de mesas redondas, composto por especialistas do Ministério Público do Trabalho e personalidades.

De acordo com o fotógrafo Chico Max, que irá expor no projeto #NãoSomosEscravosDaModa, as mulheres fotografadas são, em sua maioria, bolivianas.

Elas vêm para cá com a promessa de emprego, moradia e alimentação. Elas até têm isso, mas é tudo muito precário. Os alojamentos são no local de trabalho, ao lado das máquinas de costura”.


Mulher retratada pelo fotógrafo Chico Lopes na exposição “Costurando dignidade”, que reúne fotos de mulheres que já foram exploradas em oficinas de costura

Os empregadores cobram pela comida e pela estadia, e elas acabam recebendo menos do que devem”.

Segundo Chico Max, elas ainda são constantemente ameaçadas para não abandonarem o trabalho. Por pouco conhecerem as leis brasileiras e a língua, muitas ficam confinadas dentro das oficinas, relata ele.

Conta o fotógrafo que uma delas foi informada pelo dono da oficina que se o filho imigrante de 12 anos quisesse comer, teria que trabalhar também. Esta, de acordo com o fotógrafo, chegou a fugir do trabalho.

Alguns depoimentos gravados em vídeo dessas mulheres exploradas poderão ser acessados ao lado das imagens na exposição, por meio de seu próprio celular utilizando um QR code.

Em 2015, Chico Max já havia feito uma exposição fotográfica com imigrantes vivendo no Brasil, que circulou em vários lugares. Recentemente, ele esteve em Roraima onde passou dez dias registrando a presença de venezuelanos naquele Estado. Saiba mais do trabalho do fotógrafo Chico Max

 

 

Por Augusto Diniz  |  Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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