A comissão política concelhia do PSD de Torres Vedras apresentou na Inspecção-Geral de Finanças (IGF) uma denúncia contra a presidente da Junta de Freguesia de A dos Cunhados e Maceira, por alegadamente estar a ser remunerada por duas entidades.
A autarca, Cristina Abreu, eleita pelo PS, está na Junta a tempo inteiro e, por isso, recebe um salário mensal de 1.400 euros. No entanto, recebe mais 900 euros da Associação de Melhoramentos de A dos Cunhados, o que totaliza 2.300 euros, montante que, segundo os sociais-democratas torrienses, foi acordado entre Cristina Abreu e a Câmara Municipal antes das eleições autárquicas.
A queixa foi decidida numa reunião da concelhia do PSD local e é assinada pelo presidente da estrutura local do partido, Marco Claudino, e pelo vereador do mesmo partido, Hugo Martins. Em causa, no entender dos sociais-democratas, está a circunstância de a presidente da Junta estar no cargo em regime de exclusividade e, por isso, não poder receber outro vencimento.
O PSD alertou também para o facto de a remuneração da AMA “tanto ser paga pela AMA, como pela Junta de Freguesia, em nome daquela”, o que viola, mais uma vez, o Estatuto dos Eleitos Locais e constitui matéria “passível de averiguação”.
Sobre este assunto os visados não quiseram prestar esclarecimentos. Porém, a presidente da Junta, Cristina Abreu, disse à imprensa local que o assunto já tinha sido levantado em anteriores mandatos e na altura ficou esclarecido. O anterior presidente da Câmara, Carlos Miguel, não quis comentar, por estar agora noutras funções.
Por sua vez, o actual presidente da Câmara, Carlos Bernardes, referiu na última sessão de Câmara, aberta ao público, que desconhecia “qualquer tipo de compromisso” entre o Município e a presidente de Junta, Cristina Abreu, quanto à remuneração desta autarca ou de outros autarcas do concelho.