O PSD apresentou, na reunião da Assembleia Municipal de Torres Vedras, uma moção com uma proposta de sugerir à Câmara Municipal de Lisboa que altere o nome da Alameda das Linhas de Torres.
Aquela artéria da capital mudou de nome em 1911, deixando de se chamar Alameda do Lumiar. Mais de cem anos depois, o PSD torriense quer acrescentar “Vedras” ao nome da alameda, porque “essa estrada, que faz ligação de Lisboa para Torres Vedras, é hoje das mais emblemáticas e conhecidas dos lisboetas, embora seja de senso comum que muitos desconheçam o facto que lhe deu nome”.
E acrescenta: “a toponímia é hoje mais do que um instrumento de identificação dos lugares ou de vias mas uma forma de homenagear locais, pessoas ou efemérides, contribuindo decisivamente para o interesse e para a aprendizagem histórica. Quão melhor se encontrem identificadas as avenidas melhor se concretiza o seu propósito de homenagem e reconhecimento”.
A proposta do PSD refere que “entende a Assembleia Municipal de Torres Vedras que a alteração da denominação de Alameda das Linhas de Torres para Alameda das Linhas de Torres Vedras teria a virtualidade de melhor identificar o acontecimento histórico evocado”.
Esta proposta, contudo, viria a dividir a assembleia, a começar pelo próprio presidente da mesa, Alberto Avelino, que colocou muitas reticências ao processo, dado que as Linhas de Torres abrangem outros cinco concelhos da região e não apenas Torres Vedras. Marco Claudino, presidente da concelhia social-democrata local, respondeu que as Linhas de Torres Vedras já são conhecidas assim, nas placas informativas colocadas na auto-estrada A8 ou no nome dado ao bicentenário, por exemplo.
A votação acabou por chumbar a proposta, com um terço dos deputados a votar contra, outro terço a votar favoravelmente e os restantes abstiveram-se.
Feitas as contas, os votos contra acabaram por ser em maior número, mas por pouca margem. Alberto Avelino, no entanto, prometeu que o assunto não fica esquecido e eventualmente no futuro poderá voltar ao tema, mas de forma mais sustentada por especialistas.
Depois da reunião, Marco Claudino, autor da proposta, confessou não entender o chumbo, ao referir que “é no mínimo incoerente referir que a expressão Linhas de Torres Vedras carece de sustentação histórica quando o nosso município integra a Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres Vedras e o logo oficial do bicentenário vai nesse mesmo sentido.
Lamento imenso que se perca uma oportunidade de valorizar o nosso território e a nossa história e lamento especialmente que o presidente da Câmara não tenha emitido opinião sobre esta matéria”.