alma da família que nunca escolhemos.“afinal, quem decide tudo isto, é certamente Deus.”
lembro-me dessa época, ainda em pequeno recebido por um lugar desconhecido e que fui descobrindo vadiando para dentro e para fora do coração com o olhar sempre atento a novas vidas, viver custava e não custava, tudo era reactivo e furtivo tal a alma de menino num barco pequeno naquela alameda luminosa onde a bola reinava grupos que, até esses, eram inventados para nos desencantarem.
bem cedo o início do dia, essa coisa que por razões naturais tem de ser assim, acordar cedo para fazer bem e saber melhor ainda.
e tudo decorreu, passado, presente, futuro, este, que ainda hoje se disseca num sol brilhante para canções que ouvíamos quando as calças de ganga e o afro do cabelo era moda.
adoro ainda assim, tudo do que já nem sequer me lembro. recordo-me que vivi e cresci.
a única vez que havia ido a um cemitério foi quando entreguei o meu avô a Deus e senti como ele partiu, deixou-nos com tranquilidade e desejou sempre felicidades.
e tantas vezes me dizia:
Vítor, não quero que morras, precisamos muito de ti!!!
onde estiveres, beijo avô.
do livro PSICOGRAFIA. A encarnação dos andros,
Vítor Burity da Silva
Ensaio
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