Poemas de Delmar Maia Gonçalves
“Pudessem”
Pudessem os bons compreender
que o silêncio é também
o suicídio das almas vindouras
Pudessem os bons interiorizar
que só a união faz a força
Pudessem os bons motivar-se
para a acção contra a ditadura da passividade
Pudessem os bons gritar
bem alto : – Basta!
“Trabalho da língua”
Que trabalho prazeirento este
o da língua
essa em que dizemos
com mãos e vozes seguras
alinhos, desalinhos
atinos, desatinos
acertos, desacertos
vias e desvios.
“A ausência”
Em berço meu
era eu a ausência perdida
o silêncio sufocado
Mas nem sempre
fui silêncio…!
Fui talvez
o murmúrio
dos novos tempos.
“Quando o silêncio…”
Quando o silêncio
faz silêncio
vejo o silêncio
a gritar no silêncio!
“Vazio”
Em declínio
me quedo
dando um tiro
no coração
do vazio
da minha dor.
“Solo”
Mãe
minha pátria
é o teu solo.
“Mãe”
Mãe
nos teus olhos
vejo
o exílio forçado!
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