Neste Dia da Professora e do Professor – 15 de outubro – o Portal CTB perguntou aos docentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, e outros, qual é o papel do magistério nestes tempos de ataques vis à educação e infâmias contra as professoras e professores.
Com mais de 80% de mulheres, são quase 3 milhões de profissionais espalhados pelo país. Todas e todos sentem na pele diariamente a falta de recursos destinados às escolas públicas, sofrem com os baixos salários e com o descaso com a educação, mas resistem, insistem e o país agradece todos os dias.
Alguém consegue imaginar um país sem escolas, sem professoras e professores? Impossível.
As respostas dadas mostram a disposição dessa categoria fundamental para qualquer nação. Mostram a vontade de superar as mazelas de governantes que desrespeitam o magistério como método de impedir o desenvolvimento de uma educação emancipatória e liberadora.
Vamos às respostas:
Arielma Galvão dos Santos é secretária-adjunta de Políticas Educacionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Para falar sobre o papel da professora e do professor em tempos de Bolsonaro, é importante citar Paulo Freire (1921-1997) em seu centenário. Ele diz que não existe imparcialidade, que todas as pessoas são orientadas por uma base ideológica. A questão que está posta, portanto, é se a nossa base ideológica é inclusiva ou excludente.
A partir dessa fala de Paulo Freire, quero dizer que a primeira posição da professora, do professor é tomar posição neste momento em que o governo Bolsonaro prega o ódio, fomenta a morte.
Tomar posição significa ser a favor da vida, da educação. Significa estar em movimento de luta contra a retirada de direitos da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Significa estar em luta contra a PEC 32 que destrói o serviço público.
No caso da educação, temos mazelas que são históricas, mas houve um aprofundamento na pandemia. Nesse período, vários coletivos de educação ajudaram a salvar inúmeras vidas e nós precisamos continuar a política de vínculos com o nosso povo, com as comunidades escolares.
O nosso povo tem fome de conhecimento, mas também tem a fome que faz o estômago roncar nos lares das comunidades escolares. Precisamos fazer a política de reflexão com a comunidade sobre quantos direitos perdemos nesse governo do ódio, da fome e da morte. E concomitantemente a essa reflexão, fazer ações solidárias, pois com a fome nossos corpos têm dificuldade de refletir e de lutar.
Precisamos compreender também que a educação é formada por maioria de mulheres, pela população negra, então não dá para falar de forma generalizada. É preciso dialogar com os marcadores que atravessam a educação e, portanto, dialogar com a diversidade. Essa compreensão nos faz refletir sobre as nossas linguagens, posturas e quais os instrumentos de políticas públicas vamos fortalecer.
Devemos refletir sobre qual a formação que temos e qual a formação que queremos e nos rebelar por dentro, valorizando o currículo local, as potências das comunidades, dos territórios, das regiões, do nosso país. Valorizar a democracia e continuar lutando pela vida, pela igualdade, pela equidade. São inúmeros desafios, mas precisamos seguir lutando coletivamente e colaborativamente.
Berenice Darc é secretária de Relações de Gênero da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
Nestes tempos duros, nunca foi tão fundamental a existência da professora e do professor. A escola tem um papel essencial contra o atraso, contra as discriminações, contra a política do ódio e da depreciação da vida humana.
O nosso trabalho se torna central para a resistência e para a defesa do respeito ao bem maior, ao bem coletivo, ao bem público. Com isso, manter a visão de um Brasil feito de solidariedade, de paz, de amor, de dignidade para resgatar os olhares de seres humanos que somos.
A escola precisa trabalhar a inclusão e mostrar às pessoas que a realidade que vivemos atualmente pode ser suplantada. O mal não dura para sempre, mas para vencê-lo é necessário tenacidade. Mostrar que a fome que está batendo à nossa porta não é natural. É sim fruto de uma política errada, contra os interesses do país e do povo.
Lutar contra a liberação de armas. Defender a vida, a panela cheia, o trabalho decente, moradia digna e o serviço público valorizado. E mais recursos para a educação, a ciência, a saúde, a cultura, o esporte, enfim tudo o que faz a vida melhorar.
Carlos Zacarias de Sena Júnior é professor do Departamento de História da UFBA
A tarefa do professor em primeiro lugar é sobreviver à pandemia. Já ultrapassamos os 600 mil mortos, inúmeros professores e pessoas próximas. Os professores estão na linha de frente agora, como os médicos, os enfermeiros e técnicos, os trabalhadores da saúde.
Sobreviver e saber de que lado da história ele está, não se intimidar diante das pressões, dos desafios, que para os professores sempre forma muito grandes e agora são ainda maiores e atravessam essa temporada infausta, essa triste temporada que vivemos, estes tempos sombrios é uma necessidade.
Os professores têm um desafio imenso que é ensinar seus alunos que os tempos como outrora, se eram também tristes, foram transformados pelas mãos dos homens e mulheres. Estes tempos, portanto, também não vão se eternizar porque vamos sobreviver para continuar ensinando, continuar educando e sonhando co um país onde a justiça social e a democracia prevaleçam.
Claudete Alves é presidenta do Sindicato dos Educadores da Infância de São Paulo
O nosso papel é o de resistir e lutar muito para mudar essa conjuntura perversa e construirmos uma educação onde prevaleça a liberdade, o afeto e a inteligência. Para isso é fundamental desobedecer o que determina o Ministério da Educação e beber diuturnamente os escritos de Paulo Freire.
Francisca Rocha (Professora Francisca) é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp
Somente com uma educação de qualidade, inclusiva e democrática é que se combate a ignorância, a mentira, as fake news, tão perniciosas para o nosso desenvolvimento. Não à toa, o atual presidente corta verbas do orçamento do Ministério da Educação e ataca as professoras e professores.
Por isso, é fundamental a luta pela valorização profissional das professoras e professores de todo o país. É essencial lutar por uma formação permanente, por um plano de carreira e salários e condições de trabalho adequadas para melhorar inclusive o quadro de saúde do corpo docente. Mais educação, com professoras e professores valorizados e respeitados.
As professoras e professores, com todo o seu amor à profissão, representam a vontade de superação da crise. De uma crise dos ricos, sob os ombros dos pobres. São quase 3 milhões de profissionais que diariamente vencem o desprezo pela educação e permitem que as filhas e os filhos da classe trabalhadora sonhem com dias melhores.
Helmilton Beserra é presidente da CTB-PE
Em tempos de negacionismo, a resistência, e a produção e reprodução do saber científico e filosófico viraram a arma principal do professor. Resistência é a realidade do professor nesses tempos tão sombrios de negação da ciência. A sala de aula, o currículo e as relações no ambiente da escola, precisam desse permanente desejo de fazer da escola o espaço de produção do conhecimento científico e filosófico.
Heloísa Gonçalves de Santana é secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-SP
Nestes tempos sombrios que estamos vivendo, os professores estão no centro das atenções, sujeitos à demissão caso exprimam suas ideologias no trabalho pedagógico e são acusados de doutrinação, fruto da lei da mordaça que vigora hoje nas escolas públicas do país.
Se o chão da sala de aula é um espaço para o debate de ideias, a escola sem partido impede o pluralismo dando voz apenas ao pensamento conservador e dominante desse governo fascista que aí está.
Dessa forma, a educação não avança em questões contra a violência da mulher e à população LGBTQIA+, contra os negros e indígenas, enfim contra todo o preconceito e discriminação que enfrentamos nesta sociedade. O nosso papel é proporcionar um ambiente escolar propício à transformação.
Homenagem aos Professores, Palavra Cantada
Isis Tavares é dirigente da CNTE
Primeiramente precisamos sobreviver. Sobreviver ao desmonte do Estado que ataca as políticas públicas para educação, saúde, emprego. Sobreviver às sequelas da covid-19 e à iminência de infeccão ou reinfecção no retorno às aulas presenciais e lidar com o drama das crianças e jovens que perderam as famílias ou que estão vivendo no limite da dignidade que nos foi imposto pelo desgoverno Bolsonaro e sua política econômica que enriquece sua própria família, banqueiros, amigos seus e do ministro da economia Paulo Guedes, que multiplicam suas fortunas nos paraísos fiscais às custas da vida e da miséria do povo e não satisfeitos, querem acabar com o serviço público, que é fundamental para a população e que hoje está desempregada, desalentada e que eles colocaram de volta no Mapa da Fome.
Mas nosso papel é resistir, é nos mantermos firmes na luta contra esse governo da morte, em defesa da democracia contra o desmonte do Estado e da privatização do serviço público que esse desgoverno quer entregar para os representantes da iniciativa privada que os apoiam.
Mas também é imprescindível que não percamos nossa capacidade de empatia, solidariedade com nossas crianças e jovens, com suas famílias que mesmo sem terem consciência, lutam dia a dia para que tenham alguma oportunidade num país cujo desgoverno trabalha para destruir seu futuro e transformá-los em seres desprovidos de educação, saúde, de direitos, em trabalhos precarizados, de senso crítico, de consciência política elevada, para que morram de trabalhar sem poder ter direito a aposentadoria sem vontade de lutar, sem dignidade.
João Carlos Salles é reitor da UFBA
Em tempos sombrios, de obscurantismo, indiferença e autoritarismo, cabe ao professor resistir com o seu melhor, nas ruas e nas salas de aula, em laboratórios e bibliotecas, sendo exemplo de conhecimento e solidariedade.
Joelson Chaves é presidente da CTB-RO
O papel dos professores é o de lutar ainda com mais contundência pela recuperação dos direitos e conquistas retiradas por esse verdadeiro desgoverno, inimigo da educação, do serviço público e do país.
Vivemos um momento muito difícil em uma luta desigual mas somos feitos de resistência e de amor à educação. Um país só anda para a frente com educação valorizada.
José Carlos Madureira Siqueira é secretário de Políticas Sociais da CTB-RJ
Todo professor ou professora tem que defender a vida, a ciência, a democracia, a inclusão e a diversidade cultural, religiosa, de gênero. A escola é o lugar de ensinar e praticar todos esses valores. É onde se forja o futuro cidadão e cidadã de nossa sociedade.
Lidiane Fernanda Abreu Tarniovi é professora de História e Sociologia do ensino fundamental e médio, em Paranavaí (PR)
Na minha opinião é combater a intolerância, a homofobia, a misoginia, lutar pela manutenção de direitos conquistados historicamente através de muitas lutas e que estamos perdendo neste governo.
Lutar por justiça e igualdade social e combater as fakes news que se tornaram o carro-chefe neste governo.
É comum para os professores se apropriarem de falas ou acontecimentos envolvendo o presidente ou ministros para debater com os alunos e fazerem eles refletirem sobre esse modelo de gestão excludente.
Um Bom Professor, Um Bom Começo; Todos pela Educação
Lidiane Gomes é diretora de escola da rede oficial do estado de São Paulo
A Educação é um universo que não garante nenhuma emancipação ou autonomia ou crítica se esse não for o objetivo.
Não devemos educar para combater governos bolsonaristas. Educamos para a liberdade. Educamos para ter uma sociedade crítica e que, apesar do governo que se instale, se manifeste contra tudo que for contra os princípios básicos do ser humano e do cidadão. A educação escolar deve dimensionar a realidade e transformá-la se necessário.
A Educação deve amplificar a identidade do coletivo para que a sociedade escolha suas prioridades. Com esse objetivo, dificilmente as urnas aceitarão ditadores, oportunistas, despreparados, planos de governo que não se encaixam no conceito de liberdade e acesso a mais espaços educacionais, saúde, trabalho, moradia, alimentação, lazer e direito à vida para todas e todos.
Lúcia Rincon é delegada sindical do Sinpro-GO na PUC-GO
A educação é um ato de amor. Um ato de defesa da vida. Um ato de defesa da pessoa emancipada, que busca construir a própria felicidade. Precisamos estar atentos aos tempos obscuros e cada vez mais discutirmos essa forma de ver a vida. E assim construir a emancipação humana. É papel da professora e do professor fazer essa discussão com todos os setores da sociedade.
Marilda Silva, secretária de Comunicação da CTB-MG
Tempos difíceis!!! Além de ter congelado os gastos para a educação, esse governo só faz desmantelar os direitos da classe trabalhadora como um todo, conquistados pelos que nos antecederam com tanto sofrimento! O que nos resta é a luta, a resistência… Desgastar e derrubar Bolsonaro! Para então reconstruir esta nação!!!
Mônica Custódio é professora e sindicalista
O papel do professor em tempo de Bolsonaro, é ser exatamente o que é: um educador, que por si só precisa ser revolucionário por entender a igualdade como essencialidade, tomando como maior ferramenta o amor e a transgressão de Paulo Freire e Bell Hooks.
Railton Souza é presidente da CTB-GO
Os retrocessos sociais e econômicos que assolam o Brasil devido à conjugação da pandemia da covid-19 com o desgoverno do pior presidente da história, negacionista e obscurantista, responsável direto pelo desastre econômico e pela perda de milhares de vidas, estão evidentes no alto número de desempregados, na inflação acima de dois dígitos elevando os preços da cesta básica, na fome e miséria crescentes, na destruição de direitos e na ameaça à democracia.
E toda a classe trabalhadora padece tais consequências de tão nefasta conjugação. Mas a categoria docente foi atingida visceralmente.
Os investimentos em educação pública caíram vertiginosamente desde o golpe do capital contra o trabalho, travestido de impeachment, deflagrado em 2016, notadamente com a Emenda Constitucional 95. A falta de regulação e normatização do setor privado de ensino faz com o que professoras e professores que trabalham em escolas e Instituições Privadas de Ensino Superior vivam uma situação de precarização de direitos e de instabilidade jamais vistas. Os cursos de licenciatura são deficitários ou, em muitos casos, cerraram as portas nas universidades. Qual sociedade terá qualquer perspectiva de futura sem professoras e professores valorizados, bem remunerados, com incentivo à sua carreira e formação?
Por isso, é necessário respeitar a sala de aula como lugar sagrado para o exercício da liberdade de aprender e ensinar, sem sua intromissão ou invasão, seja no regime presencial ou online, com práticas de assédio moral de patrulhamento ideológico.
Parabenizar o professor e a professora é respeitar seus direitos, pagar a ela e eles um salário justo, acima do piso salarial e sem atrasos. É respeitar a ciência e incentivar a pesquisa, a continuidade dos estudos em pós-graduação, qualificando e valorizando a carreira docente.
Parabenizá-los é respeitar a diversidade no ambiente escolar e universitário, é combater qualquer forma de preconceito e discriminação de gênero, orientação sexual, crenças, classe ou etnia.
Não só no dia 15 de outubro, mas no dia a dia, manifeste seu respeito, carinho e valorização a esse profissional que forma a cidadania, trabalha na formação e na realização de sonhos, na edificação de humanidade solidária, ética, para um mundo justo e fraterno.
Filme O Jarro, de Ebrahim Foruzesh
Rosa Pacheco é professora aposentada
O papel do professor nestes tempos é conscientizar a população sobre o quanto ela está sendo desrespeitada e o quão desumano é este governo.
Levar o conhecimento a todos e todas, criando na população a capacidade de crítica e seu reconhecimento enquanto trabalhador… Cabe ao professor mostrar à população que é ela quem produz tudo neste Brasil e a que menos recebe o que lhe é de direito devido a um governo que não governa para o povo!
Silvana Conti é vice-presidenta da CTB-RS
Após muita luta conquistamos o direito à liberdade de cátedra, ou seja, expressar nossos conhecimentos e análises no exercício de ser professoras e professores. Com estas lutas conseguimos inscrever na Constituição Federal a “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas” (Art. 206 LDB 9394/96).
O projeto bolsonarista, genocida, negacionista, que busca acabar com o Estado Democrático de Direito, faz ataques de morte à educação, e está em sintonia com o falido projeto escola sem partido, que buscava impor o pensamento único nas escolas – o da classe dominante – impedindo os jovens e profissionais de se organizarem em grêmios estudantis e sindicatos e, deste modo, seguir com a destruição da educação como um direito público, gratuito e universal.
Ser professora em tempos de Bolsonaro é sempre um ato político e não existe neutralidade em uma sociedade dividida em classes com interesses antagônicos. Fui professora de chão de escola por 35 anos, mesmo hoje estando aposentada sigo os passos do nosso mestre Paulo Freire.
Portanto sigo esperançando, lutando, resistindo e acreditando que: “Amanhã vai ser outro dia”.
Valdete Souto Severo é professora da UFRGS
É um papel fundamental, central. A cada dia me convenço mais que a única forma que temos de superar o obscurantismo, a perversidade, o negacionismo, o autoritarismo, é a educação.
Uma educação que seja espaço para discutir criticamente a realidade, a existência de pessoas que não têm onde morar ou o que comer, enquanto outras se locomovem de helicóptero ou fazem viagem de turismo para a lua.
Só o conhecimento partilhado, o estudo de quem nos antecedeu, o conhecimento da História nos habilita a compreender e enfrentar o que estamos vivendo. Uma educação ecológica, socializante e que enfrente temas que muitas vezes são invisibilizados nos espaços institucionais: racismo, sexismo, desigualdade, soberania, democracia.
O que esses termos significam, que diferença esses discursos fazem na vida concreta das pessoas? Essas questões passam pela educação. Por isso, as professoras e professores devem ser valorizados, estimulados a investir na carreira docente, atuar em espaços adequados, terem estabilidade e serenidade para exercer suas profissões.
Desvalorizar o magistério é uma opção política muito grave e clara no sentido de destituir o povo de condições materiais, espirituais e intelectuais de compreender e enfrentar a dominação.
Hoje, mais do que nunca, a educação se mostra o caminho primeiro, necessário, para entender e atuar para superar esses tempos sombrios.
Vivian Régia Bandeira da Silva é secretária-geral da CTB-AP
Na educação temos vivido situações bastante controversas em relação à atuação pedagógica e ao convívio entre comunidade escolar, os governos e a pandemia da covid-19.
E nesse tripé a figura do professor e da professora são as mais notáveis e essenciais porque têm o papel primordial de conscientizar a sociedade, através da oportunidade de dialogar com os estudantes e ampliar o debate a respeito do retrocesso que a educação tem sofrido desde a eleição do presidente Bolsonaro, dos cortes nas verbas da educação e dos ataques violentos aos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores.
Apesar de todas as dificuldades e abandonos que as professoras e professores tiveram em manter as aulas remotas, sem ajuda significativa dos governos, ainda assim precisaram protagonizar a resistência contra um vírus violento que ameaçava a vida de todos e um presidente que impunha insegurança à classe trabalhadora e às classes mais pobres da sociedade.
Diante desse cenário de tantas angústias nas questões políticas, econômicas e sanitárias coube ao professor, além de trabalhar com seus próprios recursos, se colocar à frente da luta para derrotar todos os projetos de retrocesso e desmonte do Estado, que ainda seguem sendo pautadas no governo Bolsonaro e que têm passado no congresso, com o empenho dos parlamentares que o apoiam e o ministro do planejamento, Paulo Guedes, numa agenda neoliberal que tem sido rejeitada praticamente no mundo inteiro.
E diante de tantas agressões, o principal papel do professor além das aulas ministradas nas salas com conteúdos programáticos, é necessário envolver-se e estar presente nas amplas discussões sobre os movimentos para derrotar o discurso do ódio aos pobres e às minorias, as melhorias na educação e a construção de um projeto político de desenvolvimento nacional ao país.
Acredito que a única forma de mudarmos a realidade que vivemos, hoje, diante de um presidente autoritário, entreguista e subserviente ao imperialismo é estimular a unidade de uma frente ampla para derrotar o bolsonarismo, construído por uma elite rentista que acumula riquezas, esconde sua fortuna em paraísos fiscais e não tem a mínima empatia com o seu próprio povo ou aqueles que exploram.
Pensam em lucros e abandonam a vida humana à condição de miséria ou de insegurança alimentar e nesse quesito, ajuda humanitário, a figura do professor se encaixa como uma luz no fundo do túnel, para esclarecer a sociedade e estimular debates de mudanças na política social, educacional e econômica, mas é necessário que este tenha o esclarecimento da sua real importância e do seu papel significativo em todo esse processo.
Texto em português do Brasil