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João de Sousa

Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Que França restará?

Depois de todas as peripécias, qual delas a mais recambolesca, a esquerda francesa não se conseguiu encontrar; o centro político clivou para a direita conduzido por Macron; a direita convergiu no citado Macron após o colapso de Valérie Pécresse; e a estrema direita pensou em apear Marine Le Pen abrindo o seu espaço político ao candidato Éric Zemmour;

Peripécias à parte, dizem as sondagens que haverá uma segunda volta entre Marine que após árduo trabalho de campanha eleitoral consegue deixar o Éric para trás para defrontar numa segunda volta Emanuel Macron que capitaliza o eleitorado de direita e do centro direita.

Esta condicionante deixará o eleitorado tradicional da esquerda e do centro esquerda órfãos, mais uma vez, de uma candidatura forte e credível capaz de disputar a eleição presidencial após o eclipse de François Hollande e do naufrágio do seu Partido Socialista que elegeu Oliver Faure para seu secretário-geral já corria o procedimento eleitoral e de cujo espaço político a ora candidata Anne Hidalgo tem sido um autêntico fiasco pelas condicionantes do costume neste espectro partidário e cujas intenções de votos, dizem as sondagens, andará pelos 2%.

Resulta desta mescla confusa uma clara intenção para a abstenção mas, também, de propensão para o voto em Marine tão só porque, para o eleitorado de esquerda que não digere o comportamento político de Macron e muito menos as suas políticas de direita em favorecimento descarado das minorias milionárias que isentou de impostos as suas fortunas pessoais e da sua postura pouco clara na cena política nacional alvo de contestação de massas mas também no seu posicionamento enviesado no panorama internacional.

Perante este cenário político partidário com a esquerda sem liderança e a direita com duas fortes lideranças de extrema direita ideológica onde uma se disfarça por detrás de Emmanuel Macron e a outra se assume com o rosto de Marine Le Pen, ao eleitorado do centro esquerda e de esquerda não resta outra alternativa que não seja votar Le Pen para sancionar Macron pelo seu papel de engodo usado pelos interesses financeiros de que os próprios agentes económicos se sentiram vítimas também, ou, então, a abstenção.

A França, baluarte da liberdade e da democracia, caminha assim, num tempo da História demasiado perigoso e complexo, de há uns anos a esta parte, para um posicionamento político; geopolítico; e estratégico; contrário aos interesses comuns na senda do que se está a passar na Hungria e em outros Países, com os retrocessos civilizacionais levados a cabo pelo poder político instalado, eleito…


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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