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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Quem puxa os cordelinhos da marioneta Trump

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Colaboração do Núcleo de Investigação Nelson Mandela – Estudos do Humanismo e de Reflexão para a Paz (integrado na área de Ciência das Religiões da U.L.H.T.)

Quem puxa os cordelinhos da marioneta Trump

Um golpe de sorte tornou um candidato menos votado em Presidente de uma potência (mais do que perigosamente) poderosa no mapa do mundo; um homem sem cultura, sem moral, sem princípios que alguns admiram pelo efeito populista dos discursos, onde o nacionalismo – o “América primeiro!”, o “make America great again” – é mais intenso do que se possa supor. Porque figuras assim, ocas, primárias, estão na moda – os povos temem que possa ir mais longe e mais fundo nas renovações e sobretudo temem as mudanças – Trump está lá, no primeiro lugar do pódio.

Os cordéis que agitam, puxam e mantêm ativa a marioneta Trump, esses estão no mundo dos negócios. A começar pelos próprios negócios de Donald Trump.

Sem o menor sentido de ética, Trump aplicou um princípio de cosmética aos seus interesses: os filhos tratarão das suas empresas dentro dos EUA. Fora do território, Trump continua. Por isso, quando proibiu a cidadãos de sete países entrarem nos Estados Unidos – para alimentar a sede de alguma parte do seu eleitorado e mostrar-lhes que cumpre o que promete quando andou “na estrada” – não incluiu a Arábia Saudita nem o Egito na ordem executiva – ficando-se por sete países que não o incomodam enquanto empresário:  na lista estão Síria, Iraque, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen, nações predominantemente muçulmanas.  Os seus cidadãos estão impedidos durante 90 dias de entrar nos EUA. Período suficiente para a ação maquilhadora, uma golpada americana com a assinatura Donald Trump.

No documento presidencial alude-se a questões de segurança, porque “vários indivíduos nascidos no exterior têm sido condenados ou implicados em delitos relacionados com o terrorismo desde o 11 de setembro de 2001”. Vários membros da Al-Qaeda que atacaram os EUA em 2001 vieram da Arábia Saudita (onde residem grandes investidores, alegadamente, da instabilidade mundial) e do  Egito – países onde Trump (também) tem interesses.

Nenhum indivíduo envolvido nos atentados a Washington e Nova York vem dos sete países vetados por Trump

“É interessante que, dos sete países da lista, não há registo de alguém (desses países, reforça-se) realizar um atentado contra os EUA”, afirmou Ibrahim Cooper, diretor de comunicação do Conselho de Relações Americanas-Islâmicas, ao apresentar uma queixa legal contra a ordem de Trump.

Donald nega que a medida tenha motivação religiosa

A motivação de Trump prende-se, obviamente, com a política interna e com negócios pessoais.

Trump impediu também a imigração, com a suspensão da entrada de refugiados aos EUA durante 120 dias. A ordem foi assinada pelo presidente ainda na sua primeira semana no cargo. E muitos observadores pensam tratar-se de mais cosmética.

Aliás, se formos a ver bem, repare-se como os indivíduos que atacaram Orlando e San Bernadino (dois ataques em solo norte-americano que estiveram na origem de alguns dos argumentos extremos de Donald Trump eram norte-americanos pois nasceram nos EUA (filhos de pais afegãos e paquistaneses, respectivamente). Já a mulher que participou do atentado em San Bernadino nasceu no Paquistão e viveu na Arábia Saudita (nenhum dos países vetados pelo presidente).

No caso de Arábia Saudita, Paquistão e Egito, cujos cidadãos foram relacionados com atividades terroristas, mas que ficaram de fora de ordem de Trump, trata-se de países com os quais os EUA têm relações próximas em questões de política e segurança, que querem proteger.

A razão principal parece ser mais simples: Trump fez negócios na Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos, Turquia, Índia e Filipinas, países omitidos no veto.

Existe, aliás, nos tribunais uma ação contra o presidente ressaltando que os pagamentos que as suas empresas recebem de governos estrangeiros são inconstitucionais.

Nas mãos do grande capitalismo estão outros cordéis que mexem a marioneta Trump. Como as dos fabricantes de armas, que irão manifestar-se com mais intensidade a muito curto prazo. Por enquanto, as indústrias mais poluentes do mundo, com chancela americana, puxaram outros cordéis e Trump assinou de cruz legislação que permite os seus interesses inumanos.

Donald John Trump está em cena no teatrinho de fantoches, alarve e sorridente, com uma moca na mão e a cabeça oca ao serviço de quem mais puxar – e pagar.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

Nota do Director

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