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João de Sousa

Domingo, Novembro 3, 2024

Quem somos e quantos somos, afinal?

A tarefa mais árdua e mais espinhosa que existe. O conhecermo-nos a nós mesmos, para onde ir e os caminhos a percorrer será um ponto de partida que nos pode levar a algum lado ou a lugar nenhum.

Até porque estamos sempre a mudar, e o que é hoje o paraíso que nos enche a alma, amanhã pode bem ser o inferno, e num outro dia o desassossego que nos transporta a um conjunto de demónios interiores de que não sabemos como escapar. Não é fácil viver. E menos ainda o é quando nos interrogamos o que queremos da vida e o que fazer com ela. Correr atrás do que não faz parte da nossa natureza, já é um bom começo para se chegar a algum porto. Porque o pior mesmo é trilhar caminhos que nada têm a ver connosco e com isso é certo acabarmos quase sempre a nos arrepender.

Não está em causa nos tornarmos heróis ou anti-heróis da nossa própria vida ou da nossa própria história. Mesmo sonhando na princesa que gostaríamos de ser, na atriz mais aclamada, na mais famosa it girl do momento, ou na mais célebre socialite do jet set (e teria que ser internacional), o que conta é que no final não nos sentamos tão infelizes assim como estamos e como vivemos. Mas isso só é possível se nos conhecermos razoavelmente.

E quem disse que não seria bom sabermos que seríamos felizes se algum dia pudéssemos conhecer as belezas da Patagónia, calcorrear Capri, passar uns tempos em Reykjavik, passear por Grasse em agosto ou pela Toscana em setembro? E quando essas viagens se fizessem a dois, com quem gostaríamos de passar algumas semanas, alguns meses em perfeita harmonia?

Se já é difícil saber quem somos e quantos somos, imagine encontrar o par ideal para esse grande e agradável período. Se viajar com alguém já é uma aventura de gostos e contragostos, de sintonias e desencontros, de indecisões e conciliações, é tarefa quase impossível achar esse par ideal. A não ser que seja com um belíssimo jovem nobre inglês do mais puro sangue azul ou algum igualmente belíssimo príncipe holandês do mais puro sangue Orange Nassau.

Ou então, se tal não for de todo possível, só quando existir entre os dois o amor, o famoso amor.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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