Brie Larson leva dianteira…
mas Saoirse Ronan seria a nossa escolha
A relativamente desconhecida Brie Larson (o seu trabalho desenvolveu-se mais na televisão) até pode ser lebre de serviço nesta corrida ao Óscar de Melhor Actriz. Seguramente impressionante como uma mãe sequestrada é forçada a educar um recém-nascido que se torna numa criança na arrecadação onde foi sequestrada e violada no surpreendente Quarto, adaptado do romance de Emma Donoghue, colocando a acção na mente da criança. É, seguramente, a aposta mais segura dos vários meios que avançam com as suas escolhas para os mais fortes candidatos aos prémios mais importantes do cinema mundial. Sem retirar mérito à sua interpretação despojada, a nomeação parece-nos suficiente, sendo que o prémio seria mais justificado pelo nível de emoção criado – no entanto, algo muito do agrado dos membros (mais idosos?) da Academia.
Dentro do quinteto por nós elencado, parece-nos que Saoirse Ronan é uma escolha mais assente num mérito interpretativo, neste caso, numa actriz muito jovem, mas já com inúmeras provas do seu imenso potencial. Nesse sentido, o percurso que vive em Brooklyn, um poderoso drama romântico de John Crowley, permite-lhe transmitir uma versatilidade pouco fácil de encontrar.
É claro que o papel intenso de Charlotte Rampling, em 45 anos (ver entrevista) seria igualmente meritório desse reconhecimento – é de resto, sem sombra de dúvidas, uma das melhores prestações do ano. De Cate Blanchett reconhecemos-lhe o enorme talento e estatuto de grande diva, que aqui replica. Aliás, é a detentora do último Óscar nessa categoria (por Blue Jasmin). A sua menção parece óbvia, até pelas distinções em vários prémios (incluindo Globos de Ouro), no entanto, não deverá vencer. Já Jennifer Lawrence, outra repetente, parece-nos ser uma carta fora do baralho, para o algo decepcionante Joy, numa outra colaboração com David O. Russell, que recupera o cast de Golpada Americana (2013) e de Guia Para um Final Feliz, e que deu o Óscar a Jennifer em 2013, com nomeação repetida em Golpada. Se a terceira nomeação seguida com a mesma equipa pode ser provável, já a consagração estará bem mais distante.
Eis, estão, o quinteto mais provável:
- Brie Larson, Quarto
- Saoirse Ronan, Brooklyn
- Charlotte Rampling, 45 Anos
- Jennifer Lawrence, Joy
- Cate Blanchett, Carol
As que correm de fora
O que nos leva para aquelas interpretações menos previsíveis. E aqui apetece salientar, logo à partida, o trabalho notável de Juliette Binoche em As Novens de Sils Maria, claramente merecedor desta distinção, bem como o de Helen Mirren em A Mulher de Ouro, já a sueca Alicia Vikander vai continuando a crescer no cinema anglo-saxónico e subscreve uma nova interpretação vistosa em A Rapariga Dinamarquesa. Por fim, não espantaria que Charlize Theron viesse a merecer a distinção no lote das seleccionadas pelo seu trabalho imperial em Mad Max: A Estrada da Fúria, claramente o melhor do filme, que é um dos mais cotados nas listas de preferências. Da nossa parte, miss Theron substituiria miss Lawrence no quinteto final.
Que venha então Brie Larson, mas se for Saoirse Ronan melhor ainda!
Eis a segunda escolha:
- Rooney Mara, Carol
- Charlize Theron, Mad Max: Estrada da Fúria
- Alicia Vikander, A Rapariga Dinamarquesa
- Juliette Binoche, As Nuvens de Sils Maria
- Helen Mirren, A Mulher de Ouro