Poema de António Burity da Silva Neto
Queria tanto poder reconfortar teu coração
Queria tanto poder reconfortar teu coração
(15/3/19)
concertar momentos, prazeres e alegrias
Dizer para ele que o mundo é bom… que a felicidade existe… que todas as nuvens passam com diferentes formatos… umas deixam-nos gotas de água fresca e pura
Outras cobrem o sol que queima nosso corpo
Suavizam com o seu silêncio
a amargura da vida agreste
reflectem no horizonte o arco íris das paixões contidas
as frases não lidas
a vida…
Essa vida que curva
na direcção das dimensões!
no olhar terno e inocente de uma criança que clama…
Essa vida dos momentos feitos
na arquibancada
da dor
no gemido que deu prazer
na lágrima salgada e teimosa que rola
no pescoço esguio, longo e fino e para no vale de duas montanhas
íngremes e agrestes!
Força, trepa nela como o alpinista dos grandes Alpes ….
olha para baixo e sente a dimensão
do esforço sentido
com a tontura da altura atingida com flecha… que rasga o espaço sem ferir
a natureza …
És Tu… a púrpura vermelha, laranja e sumo da vida!
o beijo
suave do contorno dos lábios
lindos…
como o lindo nos olhos
que são meus! no sorriso teu do meu caminho… pé ante pé
montanha do gemido que pariu
a luz
desta vontade que sinto
em ser Tu … tirar a poeira do ar e fazer-te verde! com a esperança do amanhã!