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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Quincy Jones | Primeiros passos

José Alberto Pereira
José Alberto Pereira
Professor Universitário, Formador Consultor e Mestre em Gestão

Quincy Delight Jones Jr., também conhecido como “Q”, é um músico e produtor musical americano cuja carreira abrange seis décadas na música e no cinema, com um recorde de 79 nomeações e 27 Grammys, incluindo um Grammy Legend Award em 1991.

Jones nasceu em 1933, na zona sul de Chicago, filho de Quincy Delight Jones Sr. e de Sarah Frances. O pai era jogador de beisebol amador e carpinteiro, que veio de Louisville, no Kentucky para Chicago com a família durante a Grande Migração do Sul. Sarah era gerente de um banco e de um complexo de apartamentos. Quincy nasceu para a música pela mão da mãe, que cantava canções religiosas, e da sua vizinha Lucy Jackson. Quando Quincy tinha cinco anos, Lucy tocava piano na casa dela e ele ouvia através das paredes. Lucy lembrou anos mais tarde que um dia, depois de a ouvir tocar, não conseguiu tirar Quincy do piano de forma nenhuma.

Quincy tinha um irmão, Lloyd, de quem era muito amigo e que faleceu em 1998.Quando eram jovens, a mãe teve um ataque de esquizofrenia e foi para uma instituição mental. O pai divorciou-se e voltou a casar com Elvera Jones, que tinha três filhos. Em 1943 a família mudou-se para Bremerton, Washington, onde o pai arranjou trabalho no Estaleiro Naval de Puget Sound. No final da guerra voltaram a mudar-se, mas desta vez para Seattle, onde Quincy frequentou a Garfield High School e desenvolveu habilidades como trompetista e arranjador. Aos 14 anos já tocava na banda National Reserve.

Ainda com 14 anos, Quincy apresentou-se a um músico de 16 anos da Flórida, depois de vê-lo tocar no Black Elks Club. O seu nome era Ray Charles. Quincy refere-se a Ray como a primeira inspiração para a sua própria carreira musical, observando que Ray superou a sua deficiência (cegueira glaucomática) e atingiu os seus objetivos musicais. Já o seu sucesso atribuiu-o à ética de trabalho do seu pai e ao seu esforço para manter a família unida. Quincy dizia que seu pai tinha um ditado: Uma vez que uma tarefa é começada, nunca a abandone até que esteja pronta. Seja muito ou pouco trabalho, faça-o bem ou então não faça nada.”

Em 1951, Quincy ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Seattle, onde um jovem amante de música tocou com ele na banda da faculdade. O seu nome era Clint Eastwood. Logo no fim do primeiro semestre Quincy transferiu-se para a Berklee College of Music, em Boston, com outra bolsa. Ao mesmo tempo que estudava tocava no Bar & Grille, de Izzy Ort, com Bunny Campbell e Preston Sandiford, que lembra como importantes influências musicais. Depois de receber uma oferta para fazer uma tournée com a orquestra de Lionel Hampton, como trompetista, arranjador e pianista, Quincy deixou os estudos e abraçou uma carreira profissional. Durante esta tournée deu provas de ser excelente no arranjo das músicas, o que lhe valeu convites para arranjar canções de Sarah Vaughan, Dinah Washington, Count Basie, Duke Ellington, Gene Krupa e Ray Charles. Crente na sua competência e no sucesso que alcançava, Quincy começou uma nova etapa e mudou-se para Nova York.

Para terminar referimos que hoje à noite, em Montreux, o 85º aniversário de Quincy Jones é celebrado com um concerto único, de entrada livre e sem lugares marcados. O concerto enquadra-se no festival de jazz da cidade, com cuja organização Quincy colabora desde o início dos anos 90. Vão participar músicos como Ibrahim Maalouf, Richard Bona, Nate Smith Kinfolk, Jade Elliott, Nik West e muitos outros. O concerto será transmitido em setembro na QWEST TV, o canal de televisão de Quincy.

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