A coligação não está a funcionar nada bem e a imagem que se fica é que é uns para cada lado e cada um interpreta à sua maneira o que dialoga nas reuniões.
No início da semana que passou um funcionário com 40 anos de descontos podia-se reformar, na quinta-feira já não se podia reformar, ao fim da tarde talvez, ficamos à espera pela noite.
Tudo isto é uma brincadeira de mau gosto que põe em causa a vida das pessoas e as suas legitimas expectativas.
Esta mania de andar a mudar as regras do jogo constantemente é absolutamente deplorável.
Não nos podemos esquecer que estamos a lidar com pessoas que têm sentimentos, quereres, vontades, sonhos e projectos de vida que não podem nem devem ser maltratados. Os cidadãos devem ser tratados com respeitabilidade, honradez e honestidade, e não, com imoralidade e indecência.
O Ministro do Trabalho Vieira da Silva pode ter toda a razão do mundo quando defende a sustentabilidade da segurança social, todavia não devia ter deixado que o PCP e o BE viessem declarar que um funcionário com 40 anos de descontos poder-se-ia reformar antecipadamente, para lá dos 60 anos.
Andamos a brincar com as pessoas! Tudo isto me parece mau demais para ser verdade, parecemos uns meninos sentados à espera do chefe para batermos palmas ou vaiar. Estamos fartos de ser meros espectadores e não termos voz activa num processo que nos diz directamente respeito.
Quem toma estas decisões se desse o exemplo e acabasse de vez com as subvenções vitalícias de quem esteve ou está na política. Assim era compreensível, de outro modo, não!
Eu sei que não há dinheiro para tudo mas tem que haver para quem se formou pelos 22 ou 23 anos, fez descontos durante 40 anos, deve-se poder reformar com 63 anos.
O governo PS avançou com as longas carreiras contributivas para quem tem 48 e 46 anos de descontos e deve avançar para quem tem 43 anos de descontos e depois 40 anos de descontos, independentemente da sua idade.
O finca-pé de quem tem 40 anos e 60 anos penaliza quem fez uma licenciatura. Ninguém se consegue licenciar aos 20 anos.
A nossa harmonia de vida deve passar por um período de formação – 20 a 23 anos, um período de trabalho 60 ou 63 anos (40 anos de descontos) e um período de usufruir do que trabalhou até os 80 ou 83 anos (20 anos).
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