Os líderes australianos e da Papua Nova Guiné precisam agir com urgência para salvar vidas na ilha de Manus.Em relatório conjunto da Amnistia Internacional e do Conselho de Refugiados da Austrália, as duas organizações documentam como cada vez um maior número de refugiados e requerentes de asilo agudizam em profundo trauma, ao ponto de tentarem o suicídio, nos centros de detenção off-shore que a Austrália mantém na ilha de Manus, Papua Nova Guiné.
Segundo as organizações, ao “sofrimento causado pela detenção por tempo indefinido nestas prisões a céu aberto, os cortes drásticos nos cuidados de saúde e nos serviços de aconselhamento a esta população de refugiados geraram uma crise grave que está a levar as pessoas ao desespero”. A crise em Manus é paradigmática do falhanço do sistema de processamento off-shore de requerentes de asilo e tanto as autoridades australianas como da Papua Nova Guiné têm de agir com toda a celeridade para salvar vidas.
O agravamento da crise de saúde e segurança na ilha de Manus demonstra que o sistema de processamento off-shore da Austrália falhou. Três pessoas já cometeram suicídio, impulsionadas pelo desespero por anos em uma prisão ao ar livre, e nos últimos dois meses pelo menos um deles, incluindo um homem que engoliu lâminas de barbear e cortadores de unha”.
Depois da pressão pública, o governo australiano trouxe algumas crianças para a Austrália para tratamento médico, mas a situação na ilha de Manus é igualmente aguda. A Austrália deve trabalhar urgentemente com a Papua Nova Guiné e outros países da região para encontrar soluções sustentáveis para essa crise, inclusive ao finalizar o processamento off-shore e acelerar a colonização em países terceiros.
Informação adicional
Este relatório, intitula-se “Until when? The forgotten men on Manus Island” (Até quando? Os homens esquecidos na ilha de Manus).
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