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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

Regamos as folhas esquecendo as raízes…

Paulo Vieira de Castro
Paulo Vieira de Castrohttp://www.paulovieiradecastro.pt
Autor na área do bem-estar nos negócios, práticas educativas e terapêuticas. Diretor do departamento de bem-estar nas organizações do I-ACT - Institute of Applied Consciousness Technologies (USA).

Como poderemos mudar esta realidade? É simples e gratuito, querem ver? Só teremos de eleger um novo mindset.

Investir numa origem compartilhada

Todas as famílias, todas as equipas, todas as organizações nascem optimistas. Por vezes essa motivação esvai-se tornando-se importante haver outros elementos de conexão.

O meio mais funcional que conheço é o de compartilhar ideais e valores vividos por todos os seus elementos. Isto quer se trate de uma empresa, escola, família. É aqui que a violência se funda ou apaga…

Escutar profunda e compassivamente

Para muitos esta é chamada de Escuta Mágica. Só esta poderá permitir a fala amorosa e compassiva. O objectivo deste tipo de rapport é fazer do outro um amigo, isto só será possível dando-lhe o alívio que ele necessita, cessando, deste modo, com o sofrimento de ambos.

Aliás, esta é – quanto a mim – uma das causas da ineficácia das escolas e das organizações na actualidade. A inexistência de uma escuta profunda. Por exemplo, no caso das escolas estes serão claramente os únicos elementos capazes de trazer a qualquer confronto a compreensão correta do sofrimento de professores, alunos e crianças. Esta é uma lógica que poderemos aplicar a todas as áreas onde exista desesperança.

Comunicar de forma não violenta

Acredito que num futuro próximo só os líderes que conheçam os princípios de uma escuta activa, profunda e compassiva poderão estar integralmente ao serviço de uma comunidade. A isto deveremos , ainda, juntar, a comunicação não violenta. Esta é também conhecida por comunicação empática.

Distinguindo realidade de qualquer juízo de valor. Separando sentimentos e emoções de meras opiniões, valores de estratégias de acção, discernindo, por fim, pedidos de exigências. Isto é, sem classificação, sem domínio e, acima de tudo, sem desresponsabilização. Só assim trabalharemos a empatia. Esta tem na sua origem a ideia de sofrer com.

Concluindo, falta-nos uma cultura onde se expressem sentimentos sem se julgar criticamente o outro. E esta é uma questão que tem de ser cuidada, especialmente, desde os bancos da escola.

Consolidar a prática da atenção e do cuidar

A serenidade , a atenção , o foco só poderão vir se nos permitirmos existir com a necessária profundidade. Lembre-se , nada ocorre sem uma causa. No meio disto existem, ainda, mal-entendidos, percepções erradas,…, por tal motivo a atenção e o cuidar são essenciais em qualquer tipo de relacionamento. Isto independe de estarmos a falar em escolas, empresas, famílias,…, ou num campo de batalha.

Praticar o consumo conscientemente

Aprendi que todo o meu comportamento individual pode gerar um efeito no colectivo. E, por isso serei responsabilizado duplamente. Assim, todas as formas de consumo podem contribuir para a violência, o ódio e o medo, isto individual e colectivamente. Daí a importância do consumo consciente.

Mas de que consumo falo eu? O consumo dos sentidos, da consciência, o consumo dos desejos e, finalmente, o consumo comestível. Então, tudo é consumo? Pois é!

Conclusão, se não tivermos um posicionamento consciente então cada vez mais, assim como acontece com o alimento comestível, consumimos violência, medo, ódio, impunidade…

Cada um deverá tratar deste seu jardim interior, partindo da premissa mais estruturante que conheço a paz é feita de paz. Este deverá ser o meio onde construiremos a nossa existência. Para isso será necessário estar atento ao que nos alimenta de coerência e serenidade.

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