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Domingo, Novembro 24, 2024

Educação ambiental na praia da Areia Branca

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

Teve lugar na praia da Areia Branca a quarta edição da actividade Remada Ecológica, uma iniciativa que envolve um concessionário e os surfistas locais.A organização é de Dora Carolo e Alexandre Diogo. Trata-se de uma actividade de educação ambiental, que nasceu na sequência de projectos realizados para a Bandeira Azul da Europa, que entretanto ficaram pelo caminho. Agora fazem este evento todos os anos em Agosto e em parceria com o Praia Surf Clube.

A primeira edição começou com exposições sobre a biodiversidade na concessão, na Pousada da Juventude e na praia da Areia Branca” Explicou-nos Dora Carolo, também ela surfista.

Foi no ano em que um amigo da comunidade surfista, o Francisco Gonçalves, que era biólogo e defensor da natureza, faleceu repentinamente e foi um pouco o continuar do trabalho dele. Seguimos nestes quatro anos no espírito de que se tornasse recorrente ao longo dos anos e fazendo parte da cultura dos surfistas da Areia Branca” Acrescentou.

Remada Ecológica

Na actividade os participantes vão à água e são distribuídas flores pelas pessoas que estão na praia, à medida que explicam o respeito pela vida nos oceanos e dão conselhos sobre o que podem fazer no seu dia-a-dia para preservar a vida no mar. “Esta é uma maneira não só de envolver as pessoas, de as informar, mas também mostrar a nossa responsabilidade enquanto surfistas”, defende Dora Carolo.

A organizadora da iniciativa ficou satisfeita com a participação de um grupo grande de alunos de uma escola de Lisboa, que foi convidada, porque “gostaram da praia, adoraram estar aqui e participaram activamente na remada”.

Contudo, por outro lado, “senti-me um pouco desiludida porque cada vez são menos os surfistas locais que participam. Isso diz muita coisa. Nós enquanto locais temos mais responsabilidade, mas quando chega a hora de agir e de intervir ficamos aquém”.

Há vários motivos para isso suceder, na opinião de Dora Carolo: “Eu acho que é uma questão de valores e do ritmo quotidiano das pessoas. Nós estamos tão envolvidos com o nosso quotidiano que acabamos por nos esquecer da responsabilidade social”. Porém, também acha que “preservar um património natural ou cultural não é algo que se faça apenas hoje ou amanhã ou quando me apetece. Quem usa os recursos naturais de um lugar tem de estar sempre presente”

Para o ano há mais?

Em termos de participação dos surfistas, foram mais ou menos em igual número do ano passado, mas, e é isso que entristece a organizadora do evento, a maioria eram de fora, os locais foram muito poucos, embora admita que “se calhar também houve algumas falhas na divulgação”.

No próximo ano não é certo que vá haver uma quinta edição.

O Alexandre acha que sim. Eu faço os meus sacrifícios, marco as minhas férias para esta altura, mas levamos muitos ‘nãos’. No próximo ano logo se vê”

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