“Retrato de Antero”, de Columbano Bordalo Pinheiro.Foi um pintor naturalista e realista português.
Retratista notável da captação psicológica das figuras escolhidas, percebe-se uma influência “tenebrista” do brilhante “século de ouro” espanhol.
Neste retrato admirável de Antero de Quental vimos uma grandeza espiritual que vai até à fronteira sustentada pelo colarinho branco. O “sfumato” acentua uma certa desconstrução da matéria. Com efeito, do conhecimento que tinham, pode o pintor construir este aspecto imaginado da complexidade mental, á época, do poeta açoreano. É como que uma adivinhação do curto tempo de vida que lhe restava, mas em boa verdade, jamais sustentada pelo próprio.
Um retrato austero, a máscara de dramaticidade exibida, não correspondia, apesar de tudo, ao momento em que foi pintado, naqueles dois anos anteriores à sua morte, escreveu o próprio Columbano.
Informação adicional
Artista: Columbano Bordalo Pinheiro
Título: Antero de Quental
Material: Óleo sobre tela
Criação: 1889
Dimensões: 73 cm × 53 cm
Local: Museu do Chiado, Lisboa
Nota da Edição
Columbano Bordalo Pinheiro 1857-1929
Columbano era filho do escultor Manuel Maria Bordalo Pinheiro. Entre seus irmãos estava o caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro e a artista Maria Augusta Bordalo Pinheiro. Iniciou a sua formação na Academia de Belas-Artes de Lisboa.
Anos após completar a sua formação, rumou a Paris, onde recebeu a influência de pintores como Manet e Edgar Degas.
De regresso a Portugal, juntou-se ao “Grupo do Leão”, o qual tencionava renovar a estética das composições na arte do país. Deste período ficaram celebres os retratos de Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, Eça de Queirós e Antero de Quental, por ele pintados. Para além disto, deu nova ênfase aos palácios lisboetas, ao pintar os painéis que se encontram na sala de recepções do Palácio de São Bento, os Painéis dos Passos Perdidos. Foi também pintor de História, sendo o autor de várias obras para o Museu Militar de Lisboa, designadamente de Drama de Inês de Castro.
Tornou-se, em 1901, professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa. Em 1914, Bordalo Pinheiro foi nomeado pelo novo regime republicano, então recentemente instaurado, para o cargo de director do Museu Nacional de Arte Contemporânea (1911). Demitiu-se em 1927.
Foi colaborador artístico das revistas O António Maria, Ilustração Popular, Lisboa creche: jornal miniatura, Atlantida e Contemporânea.
(Fonte: Wikipédia)
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