Exposição
O convite quer partilhar a “arte total do ser humano”. Pretende provocar acção mas aceita qualquer tímido olhar. Faz o obséquio de homenagear Querubim Lapa. E de recriar, através de colagens, serigrafias e pósteres, a época pop-hippie a caminho da pré-punk.
“A Revolução Amorosa _ Social”, de autoria de Mário José Gomes, inaugura esta quinta-feira, 11 de Maio, no Eka Palace, em Lisboa. Pelas 20 horas terá lugar uma performance multimédia baseada na peça de Eduardo Sanguinetti “A Decifração de um Sonho”, pelo colectivo Mulheres ao Leme, finalizando a vernissage com um breve concerto rock para inspirar a dança e os cinco sentidos.
O autor
O autor deixa o desafio à participação na sua revolução. Porque esse “é o modo” como se transforma. E “o modo” como transborda o seu quotidiano “pela Festa, Criação, Transgressão”.
Mário José Gomes ambiciona, em jeito de gratidão, recordar “com alegria” o mestre Querubim Lapa. “Que, quando todos pensavam que eu tinha enlouquecido, apreciava as minhas colagens e me estimulava a continuar. Transformava para mim o neo-realismo numa aventura surreal”, sublinha.
A mostra de pendor surrealista sucede ao projecto “O Raid do Comunismo Erótico sobre a Cidade”, que esteve patente na Livraria Ler Devagar, na LxFactory, em Julho do ano passado. A iconografia pop/rock resultou aqui numa experiência plástica para retratar o “mundo enlouquecido pelo despudor e raiva neo-liberal-fascista dos anos 75/80”. Colagens de um “work in progress” que nasceu da formação de actores durante os anos do pós-25 de Abril, na Faculdade de Letras de Lisboa.
Mário José Gomes nasceu em Lisboa, corria o ano de 1955. Foi refractário à Guerra Colonial e auto-exilou-se em Paris com 17 anos. Repatriado em 1973, desenvolveu intensa actividade política e fez formação nas áreas performativas. De operário, a escriturário, a actor e professor, foi homem dos sete ofícios. Começou a fazer investigação em exclusividade a partir de 2010. É doutorado em Antropologia do Espaço e das Cidades.
A exposição
“A Revolução Amorosa_Social”, para ver até dia 24 de Maio, em Xabregas, no Eka Palace. Todas as terças, quartas e quintas, durante a exposição, das 15 às 19 horas uma instalação sonora evoca o rock and roll dos anos 60 e 70. Em dias a anunciar, das 19 às 21.30, está previsto o visionamento de documentários sobre Bob Dylan.
Pode conhecer melhor o projecto e o autor em Projecto_A Revolução Amorosa_Social. Nesta página “não se pretende apenas comercializar arte”, ela quer “ir um pouco mais longe e questionar o sistema que nos organiza numa perspectiva reichiana. “Isto é, psicanalisar a realidade socio-económica e política a partir das propostas de Wilhelm Reich”, pode ler-se.
Integra uma exposição de colagens, serigrafias, posters e outros materiais plásticos recriando uma época pop-hippie/pré-punk – plástica e sonoramente, gerando, a partir das colagens expostas e da performance multimédia da vernissage, de pendor surrealista, uma ambiência que a dança e o vídeo completam, terminando com um breve concerto rock/dança colectiva.
Quero nesta exposição e performance multimédia recordar com alegria o Mestre Querubim Lapa que, quando todos pensavam que eu tinha enlouquecido, apreciava as minhas colagens e me estimulava a continuar”