Cantor folk norte-americano morreu em Abril de 2013
O Festival de Woodstock de 1969 marcou uma geração, mas também tem mantido intacto o seu mito de maior festival de pop/rock da História. O(s) filme(s) do festival e algumas extraordinárias performances musicais desses três dias de “Paz, Amor & Música” têm, hoje, graças ao Youtube, mais espectadores do que nunca. E uma das mais fantásticas interpretações deste mítico evento vem logo a abrir o Festival, quando na sexta-feira 15 de Agosto de 1969 o cantor negro Richie Havens subiu ao palco. Após cerca de meia-hora de sentidas canções, Ritchie Havens e a sua guitarra acústica atacaram uma extraordinária versão de “Motherless Child”, a que o intérprete juntou o grito: “FREEDOM” (ver vídeo). E estava aberto o Woodstock Music & Art Fair!
De repente, este negro, pioneiro do movimento “folk music” do bairro nova-iorquino de Greenwish Village, a par de gente como Bob Dylan e Joan Baez, saltava para a ribalta, perante a multidão de Woodstock, mas, sobretudo, pelos milhões que ouviram o álbum do Festival ou viram o filme – que teria um grande sucesso comercial nas salas de cinema de todo o Mundo. Mas não seria por isso que Richie Havens se iria tornar em mais uma “rock star”, como aconteceria com alguns dos artistas presentes em Woodstock. Um ano depois, a 30 de Agosto de 1970, Richie Havens iria encerrar, em Inglaterra, o Festival da Ilha de Wight (este sim, o maior festival pop/rock da História).
Richie Havens, nascido em Brooklyn a 21 de Janeiro de 1941, manteve sempre uma carreira discreta, coerente, agarrado à sua guitarra, que tocava como se ela fosse mais um membro do seu corpo. Um artista empenhado na militância democrática, por uma América e um Mundo mais justos e livres. Algo que o presidente Bill Clinton reconheceu quando convidou Richie Havens para actuar na sua tomada de posse como presidente dos EUA, em 1993.
Richie Havens, que faleceu de ataque cardíaco a 22 de Abril de 2012, aos 72 anos, manteve-se sempre em actividade até à hora do “Adeus”, tocando em bares, salas pequenas, intimistas e atentas. Para onde era convidado lá estava ele a interpretar de forma única canções suas, mas sobretudo, inspiradas versões (nunca confundir com “covers”) de temas dos Beatles e de Bob Dylan. E fazia-o como ninguém. Aliás, o maior êxito comercial do músico aconteceu mesmo com uma versão de “Here Comes The Sun”, de George Harrison, que em 1971 chegou ao 16.º lugar do Top de Singles dos Estados Unidos.
https://www.youtube.com/watch?v=W5aPBU34Fyk
