Mas, sim, o tempo certo chegou: é que surgiram as primeiras chuvas e cheira a Outono. Eis o tempo apropriado para pegar num romance histórico, enrolado no sofá, sem que os cães me supliquem para ir lá fora mais uma vez.
Compreendem o meu gozo. Respeitam a minha evasão. Ou acho que respeitam. Ou quero pensar que é isso mesmo.
Acabam por se deitar aos meus pés e embarcamos todos neste romance de Allison Pataki, A Mulher do Traidor, autora formada na Universidade de Yale e já com currículo na escrita para televisão e agências de notícias, membro da Historical Novel Society, associação dedicada à promoção da ficção histórica. Autora que já nos oferecera outro bestseller: Sissi, Imperatriz por Amor, também editado pela Topseller, chancela da 20Ι20 Editora.
É assim que nos lançamos nesta leitura à medida do tempo que faz e, munidos de A Mulher do Traidor, embarcamos no ano de 1778 e mergulhamos numa realidade pouco divulgada que é a da Revolução Americana, sempre ofuscada pela outra, a Francesa.
Estamos em plena Guerra da Independência Americana. Peggy Shippen, jovem atraente e ambiciosa é o alvo da paixão do general Benedict Arnold, o governador militar de Filadélfia. Casar-se-á com ela e irá acompanhá-la num plano diabólico, com o apoio dum espião inglês, John André, oficial do Exército Britânico e antigo amante da jovem Peggy. O objetivo destas manobras: destronar o comandante George Washington e entregar o simbólico forte de West Point aos ingleses.
Temos assim um triângulo amoroso que, sob a orientação da jovem Peggy, decide ao mesmo tempo trair o seu país. Eis, portanto a combinação perfeita para estes dias: a intriga, a tensão, os ambientes do passado, o desenlace inesperado. É um bom livro para estes dias. Dias em que devemos pedir pouco. Em que nos pode bastar, por momentos, a leitura deste romance que nos leva para bem longe e nos aconchega nessa confortável viagem.
Allison Pataki, A Mulher do Traidor, Topseller, 2016, 426 pp