Alguns militantes e candidatos políticos (tenho escutado) alegam que “roupa suja lava-se em casa”, apenas para manterem as aparências enquanto concorrem entre si por cargos nas eleições municipais de 2016.
O povo lava roupa suja em público, sim, e não só a sua, mas a dos outros.
“Lavar roupa suja em casa” é um ditado burguês, que ajuda a encobrir sujeiras e problemas quando a situação doméstica ou política foge ao controle. Serve para manter o poder e o território mesmo que as estruturas desabem, caso das torres gêmeas do WTC. Elas desabaram, mas ajudaram a manter certas políticas de guerra intactas. Sabemos!
Enquanto a turma da democracia e da esquerda se escudar nessa desculpa para não se unir, as eleições municipais caminham para o fracasso. O “Lula 2018” está muito longe, pode ser que nosso ex-presidente, inclusive, encare um asilo político antes de encarar campanha eleitoral. As circunstâncias são preocupantes.
Enquanto 2018 não chega, os brasileiros (que lavam suas roupas sujas) ficam com prefeitos eleitos que são madeireiros (há vários candidatos no Norte), outros que foram condenados por corrupção, outros ainda que ajudarão a vender o Brasil (privatização) e a aumentar as dívidas públicas com empréstimos do FMI.
Nós, paulistanos, corremos o risco de ficar com a Marta Suplicy, sua turma do PSDB (grande), PMDB e Michel Temer. A candidata é tão ousada e bem aparelhada que já está fazendo campanha no meio sindicalista, afinal, sua vocação é cuidar do interesse do “trabalhador”, disse em discurso recente (eu ouvi).
Aí é voltar no tempo do pior modo.
E dá-lhe repressão em cima da moçada que, majoritariamente, vai às ruas. E sofram negros, menores, indígenas, mulheres, gays, refugiados, etc, com perseguição política e extermínio.
Retrocedam saúde, educação, direitos humanos.
Sinceramente: será que é hora de pedir “diretas já” sem liderança forte e unida? Estou só perguntando, não quero ofender. Não sou analista de conjunturas, especialmente nessa fase caótica do país.
“Fora Temer “ é o primeiro passo para desarticular o golpe, só que as bandeiras se multiplicaram e o foco já desfocou. O presidente em exercício está mandando e desmandando. Em breve, estará elegendo seus candidatos, o que é vergonhoso para o país.
Cynara Menezes, jornalista e blogueira, diz tudo quando pergunta no vídeo: “Cadê nossa frente de esquerda, pô?”
Alguns candidatos até alegam que já se ofereceram para serem vice de outro (será?), mas o outro não aceitou: acho que estão brincando com fogo! Ou com fogueira de vaidades.
Existem grandes chances de termos só candidatos da direita conservadora no segundo turno, daí, tardiamente, os candidatos vencidos vão querer mobilizar o povo para não perderem ainda mais poder político ou partidário no Brasil de Michel Temer.
A autora escreve em português do Brasil