Compositor de cabeças através de frutos e plantas, os mais variados e suculentos, impõem um cromatismo intenso, que é uma das mais óbvias assinaturas reconhecidas da pintura europeia.
É normalmente admitido, com tranquila aquiescência intelectual, que esta pintura já punha em causa(?) o fascínio do Renascimento e já vislumbrava uma outra ordem da natureza através de uma nova abordagem científica.
O retrato é do imperador Rudolfo II, que se familiariza com Vertumno, deus romano do comércio, que possuiria uma capacidade ilimitada de se metamorfosear.
Nota da Edição
Giuseppe Arcimboldo
(1527-1593)
É considerado um dos mais célebres representantes do maneirismo. Iniciou-se na vida artística aos 22 anos, projectando os vitrais da catedral de Milão, juntamente com o seu pai.
Arcimboldo viveu em Praga, na corte do imperador Rodolfo II, onde estudou e criou algumas de suas obras mais conhecidas. Em 1563, produziu a série “As Quatro Estações”. O tema agradou tanto à nobreza da corte que Arcimboldo recebeu inúmeros convites para pintar, inclusive do próprio imperador Rodolfo II.
As suas pinturas mostram composições de frutas, legumes, animais e objectos exóticos que, olhados com atenção, nos permitem entrever figuras humanas. O toque de mestre do pintor foi utilizar, em cada tela, elementos que correspondessem ao tema retratado; assim, “A Primavera” é composta basicamente por flores, “O Verão”, por frutas próprias dessa estação, “O Outono”, por folhas e frutas dessa época do ano e “O Inverno”, por uma “árvore sem folhas”.
Além de pintor, foi também decorador e estilista para as cortes mais prestigiadas da Europa. Após a sua morte, o seu trabalho caiu no esquecimento. Foi redescoberto quase 300 anos depois pelos pintores do Movimento Surrealista, como Salvador Dali, entre os séculos XIX e XX.