“S. José Carpinteiro”, de George de La Tour. É muito conhecido pelas suas pinturas com efeitos de luzes nocturnas e pinturas de uma forma simples.Pintura “caravagista” por excelência, no sentido admirável da elaboração compositiva. O claro/escuro numa relação tão intensa que só vai separar-se da sua inspiração pelo resultado espiritual. As trevas ampliam a relação poética que podemos, creio eu, subentender pelos rostos iluminados do homem e da criança.
Impressionante o nível técnico das sombras da mão do menino, a delicadeza da sua mão direita que segura a vela, a excelência das sombras projectadas nas sandálias. É uma das pinturas do meu contentamento.
George de La Tour 1593-1652
Georges estabeleceu seu estúdio na pequena localidade de Lunéville em 1620, pintando quadros predominantemente inspirados no cristianismo e no dia-à-dia de pessoas comuns. Não existe qualquer retrado de Georges de La Tour mas alguns especialistas acreditam que a figura do jogador de cartas trapaceiro em Le Tricheur à l’as de carreau seja um autoretrato.
Georges foi nomeado “Pintor del Rey” em 1638 e, consequentemente, a opulência passou a fazer parte de sua vida. Inclusive, está documentado que, mais tarde, já no ano de 1646, alguns cidadãos de Luneville registaram uma reclamação oficial junto ao duque da cidade pois Georges de La Tour “se faz detestar pela população por causa do grande número de cães que possui, como se ele fosse o dono da cidade”… e “que tocam as lebres para dentro da plantação de grãos , pisoteando e arruinando com tudo.” Georges de La Tour também foi denunciado várias vezes por ter participado de quebra-paus em Lunéville.