Festival foi aberto oficialmente nesta quarta-feira (25) no Memorial da América Latina. Homenageado do ano é o ativista de produção audiovisual negra Jefferson De, que teve filme na estreia.
São Paulo – Começou nesta quarta-feira (25), oficialmente, o 13º Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo. A cerimônia de abertura aconteceu às 19h30 na Praça Cívica do Memorial da América Latina, no bairro da Barra Funda, zona Oeste da capital.
Com grande público em anos anteriores, o festival deste ano terá cinco locações, sendo uma delas no interior do estado, em Campinas. Além da exibição dos filmes, o evento conta com palestras e debates sobre o cinema do continente.
A Fundação Memorial da América Latina, em nota intitulada: De Volta às Origens”, reafirma a importância do legado do criador do festival, em 2006, então secretário de Cultura, o cineasta João Batista de Andrade. “O festival se mantém fiel à proposta original de discutir o panorama estético do audiovisual na América latina, contribuir para a formação do público cinéfilo e, ao mesmo tempo, promover o intercâmbio entre os profissionais (…) e incentivar o debate de acadêmicos e estudantes.”
Neste ano, além da seleção de filmes contemporâneos, com foco na produção chilena, e, pelo 11º ano consecutivo, a Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilet, o festival apresenta dois homenageados. Jeferson De é um deles. Diretor de longas premiados, como Bróder (2011) e O Amuleto (2015), o cineasta, ainda em 2000, antes de discussões sobre políticas afirmativas no audiovisual brasileiro, lançou o manifesto “Dogma Feijoada”, que estabeleceu princípios da produção cinematográfica brasileira negra.
Entre outros pontos, sua carta estabelecia que “filmes devem ser dirigidos por realizadores negros brasileiros; com protagonistas negros; a temática do filme tem de estar relacionada com a cultura negra brasileira; filmes com cronograma exequível; personagens estereotipados negros (ou não) estão proibidos; o roteiro deve privilegiar o negro comum brasileiro”.
O mais novo longa do cineasta, Correndo Atrás (2018), será exibido hoje, na abertura do festival. Na sexta-feira, Jefferson De estará presente no memorial para uma discussão sobre a criação audiovisual nos filmes de realizadores afrodescendentes brasileiros. Além de Jefferson, estarão presentes no encontro Camila de Moraes, que, entre outras produções, trabalhou no documentário Mãe de gay e Daniel Solá Santiago, produtor e documentarista de longas como Coração do Brasil.
A segunda homenagem deste festival será para a atriz Inés Efron. Nascida no México, tem longa e bem-sucedida carreira na Argentina. “A homenagem preparada pelo 13º Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo permite chamar a atenção para o trabalho de Efron e torná-lo conhecido no Brasil como acontece em solo argentino. Estão incluídos quatro longas-metragens produzidos entre 2008 e 2015, que propiciaram a artistas premiações em festivais internacionais e pela Associação de Críticos Cinematográficos da Argentina”, afirma a organização do evento.
A programação completa pode ser vista no site oficial do festival.
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado
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